
O ex-presidente Jair Bolsonaro e seus filhos ainda não se pronunciaram sobre os atos terroristas em andamento neste domingo (08) em Brasília. Além dele, a reação de seus aliados políticos também está sendo tímida e contida.
O ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Anderson Torres, foi um dos primeiros a se pronunciar sobre a ação da polícia na movimentação, antes de ser exonerado pelo governador do DF, Ibaneis Rocha. “Cenas lamentáveis agora na Esplanada dos Ministérios. Determinei ao setor de operações da SSPDF, providências imediatas para o restabelecimento da ordem no centro de Brasília”, declarou.
E acrescentou:
É inconcebível a desordem e inaceitável o desrespeito às instituições. Determinei que todo efetivo da PM e da Polícia Civil atue, firmemente, para que se restabeleça a ordem com a máxima urgência. Vandalismo e depredação serão combatidos com os rigores da lei.
— Anderson Torres (@andersongtorres) January 8, 2023
Criminosos não sairão impunes.
— Anderson Torres (@andersongtorres) January 8, 2023
O senador Sergio Moro (União Brasil-PR), ex-ministro da Justiça, postou em sua conta no Twitter:
Protestos têm que ser pacíficos. Invasões de prédios públicos e depredação não são respostas. A oposição precisa ser feita de maneira democrática, respeitando a lei e as instituições. Os invasores precisam se retirar dos prédios públicos antes que a situação se agrave.
— Sergio Moro (@SF_Moro) January 8, 2023
O governador de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas comunicou que, cenas como as do Distrito Federal, não serão admitidas no estado:
Para que o Brasil possa caminhar, o debate deve ser o de ideias e a oposição deve ser responsável, apontando direções. Manifestações perdem a legitimidade e a razão a partir do momento em que há violência, depredação ou cerceamento de direitos. Não admitiremos isso em SP!
— Tarcísio Gomes de Freitas (@tarcisiogdf) January 8, 2023
Questionado pela Folha de S.Paulo, o pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro, falou sobre o MST e chamou os atos de “manifestação do povo”. “Cansei de ver o MST [Movimento dos Sem Terra] invadir prédio público e ficar acampado dois, três dias. A militância do PT fazer isso, e ninguém dizer que é ato antidemocrático. Que conversa é essa? Ou será que nós estamos em que planeta? Em que país nós estamos? Ou será que o povo, a imprensa, os políticos têm amnésia? Nunca vi ninguém dizer que era ato democrático.”
Continuou o pastor: “É a manifestação do povo. E aí? Usa dois pesos, duas medidas? Quando é a cambada de esquerda, é ato de livre manifestação. Quando são os outros, é ato antidemocrático? Isso é uma vergonha.”
Já o senador Carlos Portinho (PL-RJ), que foi líder do governo Bolsonaro na Casa que representa, adotou um tom crítico, mas escreveu no Twitter que uma “solução” seria suspender os “superpoderes” de Alexandre de Moraes.
Nenhuma violência é tolerável. Nenhuma manifestação violenta é democrática. Mas assim as vezes a sociedade se manifesta. Infelizmente. E não somente no nosso país. É preciso gestos q apaziguem. Governo e judiciário. Violência e intimidação nos tornam menos democráticos.
— Carlos Portinho (@carlosfportinho) January 8, 2023
Hora de suspender os superpoderes do Moraes. Um gesto c/impacto como esse arrefeceria. Segurar o enfrentamento e os discursos de campanha. Há um governo q enfrenta resistência. As manifestações são orgânica c/em 2013. Sem líderes políticos. É preciso inteligência e não o fígado
— Carlos Portinho (@carlosfportinho) January 8, 2023
Há insatisfação e cobrança. Se acirrar é fogo! Outros gestos do Judiciário, Executivo e parte da imprensa e sociedade civil são necessários. Não violência, mágoa, vingança e divisão. Outros gestos
— Carlos Portinho (@carlosfportinho) January 8, 2023