
Jason Miller, conselheiro do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, usou o X para criticar o ministro do Supremo Tribunal Federal. No post publicado no domingo (13), ele afirmou que Alexandre de Moraes “é a maior ameaça à democracia”.
A crítica foi motivada por uma entrevista concedida por Moraes à revista The New Yorker, divulgada no início de abril. No trecho citado por Miller, o magistrado ironiza possíveis reações: “As pessoas vão começar a dizer que estou perseguindo todo mundo agora”, disse.
O que Moraes falou na entrevista?
Durante a conversa com o jornal norte-americano, o ministro do STF disse que há um “novo populismo digital extremista”. Ele alertou para a sofisticação dos movimentos que se utilizam da internet para fins políticos.
“É um populismo altamente estruturado e inteligente. Infelizmente, no Brasil e nos Estados Unidos, ainda não aprendemos a revidar”, afirmou Moraes.
O magistrado explicou que grupos da extrema-direita aprenderam a usar as redes sociais como instrumento de mobilização. “A extrema-direita percebeu, durante a Primavera Árabe, que as mídias sociais podiam mobilizar pessoas sem intermediários”, comentou. Segundo ele, os algoritmos, que inicialmente buscavam retorno financeiro, passaram a ser manipulados para obter vantagens políticas.
Para o ministro, as redes sociais têm papel central na configuração atual da sociedade. “Se Goebbels estivesse vivo e tivesse acesso a X, estaríamos condenados”, disse. “Os nazistas teriam conquistado o mundo”, completou.
Passagem pelo Brasil
Jason Miller esteve no Brasil em 2021, quando prestou depoimento à Polícia Federal no inquérito que investiga o financiamento dos atos de 7 de setembro daquele ano. Na ocasião, ele participou da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC), evento organizado pelo deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Durante sua visita, Miller também se reuniu com o então presidente Jair Bolsonaro, no Palácio da Alvorada. Fundador da rede social Gettr, ele deixou o comando da plataforma para integrar a equipe de campanha de Trump na eleição do ano passado.
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