8 de janeiro

“Democracia sempre!”, diz Lula em discurso no Congresso Nacional

Em evento denominado “Democracia Inabalada”, o presidente da República fez o discurso de fechamento da solenidade

A informação do apoio foi anunciada pelo Palácio do Itamaraty horas após o presidente receber o embaixador da Palestina no Brasil
Lula apoia denúncia da África do Sul contra Israel – Créditos: CanalGov/Reprodução

Reunido com diversos políticos no Congresso Nacional, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, fez o discurso de fechamento do evento “Democracia Inabalada”, para relembrar a invasão aos Três Poderes e a tentativa de golpe, ocorridas em 8 de janeiro de 2023.

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Lula começou sua fala agradecendo o ex-presidente José Sarney, que, segundo o presidente, “tem muito a ver com a consolidação do processo democrático brasileiro”.

“É um dia muito especial para quem gosta, para quem ama, e para quem pratica a democracia. Eu digo sempre que a democracia é um exercício que temos que praticar todo dia. Eu quero saudar todos os brasileiros e brasileiras que se colocaram acima de suas divergências para dizer um eloquente ‘não’ ao fascismo”, continuou.

Lula também ressaltou “a coragem de parlamentares, governadores e governadoras, ministros e ministras da Suprema Corte, ministros e ministras de Estado, militares legalistas e sobretudo, da maioria do povo brasileiro, que garantiu que nós estivéssemos aqui hoje celebrando a vitória da democracia sobre o autoritarismo”.

Os agentes de segurança do da Câmara de do Senado também foram relembrados: “aproveito para saudar os trabalhadores e trabalhadoras das forças de seguranças, em especial a polícia legislativa da Câmara e do Senado que, mesmo em minoria, se recusaram a admitir o golpe e arriscaram suas vidas no cumprimento de seus deveres”.

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Consequências

“Se a tentativa de golpe fosse bem-sucedida, muito mais do que vidraças, móveis, obras de artes e objetos históricos teriam sido roubados e destruídos. A vontade soberana do povo brasileiro, expressa nas urnas, teria sido roubada e a democracia teria sido destruída”, constatou o presidente.

“A essa altura, o Brasil estaria mergulhado em um caos econômico e social. o combate à fome e à desigualdade teriam voltado à estaca zero”.

“Nosso país estaria novamente isolado do mundo e a Amazônia, em pouco tempo, reduzida a cinzas para a boiada e o garimpo ilegal passarem. Adversários políticos e autoridades constituídas poderiam ser fuzilados ou enforcados em praça pública, a julgar por aquilo que o ex-presidente golpista pregou em campanha e seus seguidores tramaram nas redes sociais”, concluiu Lula.

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Punição

O presidente também destacou as medidas a serem tomadas contra os golpistas: “Todos aqueles que financiaram, planejaram e executaram a tentativa de golpe devem ser exemplarmente punidos. Não há perdão para quem atenta contra a democracia, contra seu pais e contra seu proprio povo. O perdão soaria como impunidade e a impunidade, como salvo conduto para novos atos terroristas em nosso país”.

Fake news

Parte do discurso de Lula foi reservada para criticar o uso irrestrito das redes sociais pelos apoiadores de Jair Bolsonaro: “Não há democracia sem liberdade, mas que ninguém confunda liberdade com permissão para atentar contra a democracia. Liberdade não é uma autorização para espalhar mentiras sobre as vacinas nas redes sociais, o que pode ter levado centenas de milhares de brasileiros e brasileiras à morte por conta da covid-19. Liberdade não é o direito de pregar a instalação de um regime autoritário e o assassinato de adversários. As mentiras, a desinformação e o discurso de ódio foram combustíveis para o 8 de janeiro”.

Urnas

Lula relembrou sua trajetória política e exaltou o poder das urnas eletrônicas: “Eu fui para o segundo turno nas três primeiras eleições que participei, depois ganhei as quatro eleições que participei, tudo com voto eletrônico. Fomos segundo turno em 2018 com voto eletrônico, e voltamos a ser primeiro em 2022 com voto eletrônico”.

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Depois questionou. “A pergunta que eu faço é a seguinte, se houvesse possibilidade de falsificar as urnas eleitorais, será que eu iria tantas vezes para o segundo turno e seria eleito tantas vezes o presidente da República? Será que teriaamos conseguido eleger Dilma Rousseff em 2014 naquele clima de guerra que foi estabelecido nesse país?”

“As pessoas que duvidam das eleições e da legalidade das urnas brasileiras após perder as eleições, por que não pedem para seu partido renunciar todos os deputados eleitos? Por que os três filhos dele não renunciam em protesto à urna fraudulenta?”, perguntou o presidente, referenciando os filhos de Bolsonaro.

Lula terminou seu discurso com palavras de ordem: “Viva a democracia e democracia sempre!”

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