“Perdi os movimentos do pescoço pra baixo e tenho uma vida de desafios. Fiquei sem respirar e sem falar e hoje estou na corrida pela vice-presidência para dar voz a tantos brasileiros com deficiência”. Com esta frase, a senadora por São Paulo, Mara Gabrilli, que é vice na chapa de Simone Tebet (MDB) começa nossa entrevista.
Mara e o então namorado voltavam de um fim de semana em Paraty (RJ) quando ele perdeu o controle do automóvel na Serra de Taubaté (SP), em trecho conhecido como “curva da morte”. O carro capotou e caiu em uma ribanceira de 15 metros. O condutor e um amigo de Mara, que estava no banco traseiro, tiveram ferimentos leves.
“Quebrei o pescoço e fui obrigada a reaprender a viver. Essa transformação foi preponderante para que eu fizesse meu primeiro contato, mesmo que de forma irrefletida, com a política. Resolvi então fundar uma ONG para apoiar atletas com deficiência e fomentar pesquisas para cura de paralisias”, conta Mara.
O ingresso na política se deu por insistência da mãe, Claudia Gabrilli: “Ela passou a insistir para que eu me candidatasse a um cargo público para ampliar meu trabalho e assim poder atingir mais pessoas. Todos os dias me perguntava ‘Já entrou em um partido? Já apresentou sua candidatura? Já começou a fazer campanha?’ e acabei aceitando a ideia”, conta Mara com bom humor.
Em 2018, Mara foi eleita para um mandato de quatro anos no Comitê sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência da ONU (Organização das Nações Unidas). Até então, nenhum brasileiro havia ingressado neste grupo, que reúne peritos de diferentes países. Em uma dessas viagens em missão diplomática, Mara teve uma surpresa desagradável: sua cadeira de rodas foi danificada por descuido de uma companhia aérea durante um voo na Europa.
Questiono: se contigo fazem isso, imagine com a população, em geral, que têm alguma deficiência? “Para sobreviver, a cada minuto, estas pessoas têm que enfrentar muitos obstáculos, sejam físico ou psicológicos, em termos de preconceito, por exemplo. Temos um longo caminho, literalmente… São 45 milhões de brasileiros que têm sido negligenciados. A gente fala de inclusão e esse é o pilar da nossa candidatura”, afirma.
“Temos um longo caminho, literalmente… São 45 milhões de brasileiros que têm sido negligenciados. A gente fala de inclusão e esse é o pilar da nossa candidatura”, afirma.
Confira a entrevista completa!