
Após decretar emergência no território yanomami, o governo federal destituiu 43 ocupantes de cargos de comando da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). As 38 exonerações e cinco dispensas atingem coordenadores nacionais e regionais; assessores; o corregedor Aurisan Souza de Santana e o diretor do Museu do Índio, Giovani Souza Filho.
Assinadas pelo ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, as portarias foram publicadas em uma edição extra do Diário Oficial da União. Há pelo menos 13 militares entre os demitidos.
Na mesma segunda-feira, o governo federal exonerou os responsáveis por comandar as equipes de 11 dos 34 distritos sanitários especiais indígenas (Dsei), subordinados ao Ministério da Saúde.
Ao ser consultado, ontem, o Ministério da Saúde informou que as substituições fazem parte do “processo natural da transição de governo” – quando quase a totalidade dos ocupantes dos chamados cargos de confiança são substituídos por outras pessoas – não comprometendo o trabalho de assistência à população indígena.
A Funai, antes vinculada ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, agora está subordinada ao Ministério dos Povos Indígenas, pasta criada este ano, pelo governo Lula.
MORTES DURANTE O GOVERNO BOLSONARO
O Ministério da Saúde declarou na noite da última sexta-feira (20) emergência de saúde pública, em relação à falta de assistência sanitária das populações no território Yanomami. Técnicos da Saúde resgataram ao menos oito crianças Yanomami em estado grave.
O presidente também decretou a criação de um Comitê de Coordenação Nacional para discutir e adotar medidas em articulação entre os poderes para prestar atendimento a essa população
No sábado (21), uma publicação do Governo Federal informou que 570 crianças Yanomami morreram nos últimos quatro anos.
De acordo com a plataforma Datasus, os óbitos indígenas em Roraima saltaram de 373 em 2016 e 371 em 2018, para 384 em 2019 e 526 em 2020. Quando analisamos as mortes de fetos e crianças, foram 237 ocorrências do tipo entre 2015 e 2018, contra 392 nos últimos quatro anos. A variação representa um aumento de 65%.
Não há dados mais recentes disponíveis.
A desnutrição dessa população também aumentou durante o governo de Bolsonaro. Dados do Ministério da Saúde mostram 7.897 indígenas com o problema em 2017 e 9.910 em 2018. No ano de 2019, o número salta para 17.981 e bate a marca de 21.874 no ano seguinte.
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— UOL Notícias (@UOLNoticias) January 24, 2023