
A influência da economia nos resultados eleitorais não será mais decisiva como no passado. A análise é do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, diante do atual cenário global. Segundo ele, “a economia não vai ser mais o fator determinante” para o voto do eleitor.
A declaração foi feita durante entrevista à coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, publicada na noite de terça-feira (8). O comentário surgiu após questionamento sobre a queda de aprovação do governo federal, apesar do crescimento econômico registrado em 2024.
Haddad aponta causas da queda de popularidade do governo
Na avaliação do ministro, a ascensão da extrema-direita em países como França e Estados Unidos mostra que o bom desempenho econômico deixou de ser garantia de apoio político. “Os governos do [presidente da França, Emmanuel] Macron e do [ex-presidente e candidato derrotado por Trump nos EUA, Joe] Biden apresentavam bons indicadores econômicos, e não foram bem nas urnas”, afirmou.
Sobre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Haddad disse acreditar que o momento desfavorável nas pesquisas é passageiro. “A queda não é crônica. É recente. Eu penso que o solavanco que ocorreu com o dólar em dezembro, nos debates com o mercado financeiro, causou uma certa apreensão.”
A oscilação cambial mencionada foi significativa. A moeda norte-americana encerrou o ano de 2024 cotada a R$ 6,18, acumulando alta de 27,36% – maior variação desde 2020.
Desaprovação em alta
Levantamentos recentes apontam tendência de rejeição ao governo. Pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 2 de abril, mostra que 56% da população desaprova a atual gestão. Outros 41% aprovam e 3% não souberam responder.
Na véspera, outro instituto, a AtlasIntel/Bloomberg, revelou que 53,6% desaprovam o governo, enquanto 44,9% o aprovam. Apenas 1,5% não opinaram.
Já o levantamento mais recente, do Datafolha, divulgado em 5 de abril, mostra empate técnico: 49% de desaprovação contra 48% de aprovação. Ainda assim, o índice negativo segue ligeiramente à frente.
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