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Janaína Paschoal critica abaixo-assinado contra seu retorno à USP

A parlamentar decidiu voltar à instituição após não conquistar uma vaga pelo estado de São Paulo no Senado nas eleições de 2022.

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Janaína Paschoal (Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

A deputada estadual Janaína Paschoal (PRTB-SP) criticou o abaixo-assinado contra seu retorno à Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). Segundo ela, o documento mostra as “pessoas que não querem conviver com a divergência”.

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O Centro Acadêmico XI de Agosto, representação política dos estudantes do Largo São Francisco, divulgou um documento contra o retorno da parlamentar. A carta afirma que a deputada “não é mais bem-vinda” às salas da faculdade e que ela teve uma “contribuição indecente para o país” nos últimos anos, já que “se tornou uma das lideranças e a principal fiadora jurídica da extrema-direita“.

O retorno de Janaína Paschoal às atividades de docência na Faculdade de Direito da USP é uma notícia recebida com perturbação pelo corpo discente do Largo de São Francisco e pelo Centro Acadêmico XI de Agosto“, inicia o comunicado.

Paschoal decidiu voltar à instituição após não conquistar uma vaga pelo estado de São Paulo no Senado nas eleições de 2022. Ela está licenciada na USP desde 2019, quando ingressou na Assembleia Legislativa paulista. O mandato parlamentar chega ao fim em março.

Os alunos afirmam que a professora “abandonou os valores democráticos que devem permear as salas de aula da principal instituição de ensino jurídico do país” desde que assumiu uma posição de liderança política, durante o governo de Jair Bolsonaro.

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Ao Estadão, a parlamentar disse que a afirmação é “pitoresca”. “Pessoas que não querem conviver com a divergência me acusando de antidemocrática. São jovens, eles repetem o que falam para eles. O tempo vai mostrar quem é quem”, completou.

Os alunos ainda citam como argumentos a não assinatura da Carta em Defesa da Democracia, organizada pela Faculdade de Direito da USP, e o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff – a deputada foi uma das autoras do pedido.

Nos quatro anos sombrios que o País enfrentou sob o governo de Bolsonaro, Janaína se apresentou como uma espécie de bolsonarista esclarecida. No entanto, as suas supostas divergências com os movimentos de extrema-direita são mínimas e consideramos haver, em suas mãos, tanto sangue quanto nas mãos deles”, reforça o texto.

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Ainda ao Estadão, a parlamentar disse receber a notícia de forma positiva: “Os alunos disseram que meu retorno perturba, mas essa é a missão de um bom professor: fazer o aluno sair da zona de conforto.

 “O mandato acaba no dia 14 de março. Já informei o Departamento que estou disponível a partir do dia 15. Não é uma questão de escolha. Sou concursada, se não voltar, caracteriza abandono de função. Eu sempre fui advogada e professora. Não nasci deputada”, finalizou.

Os alunos encerram a nota dizendo: “Hoje a universidade pertence aos defensores da democracia, não aos seus detratores. É exatamente por isso que você não cabe mais aqui. As nossas salas de aula se tornaram grandes demais para você.

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