"reação desproporcional"

Ministro de Relações Exteriores reitera críticas a Israel

Mauro Vieira afirmou que as doações humanitárias aos palestinos estão sendo retidas e bloqueadas unilateralmente

ministro-relações-exteriores-críticas-israel
Ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, reitera críticas a Israel – Créditos: Pedro França / Agência Senado

A Comissão de Relações Exteriores (CRE) ouviu, nesta quarta-feira (14), o ministro de Relações Exteriores (MRE), Mauro Vieira. Ele foi convidado para prestar informações sobre as ações da pasta e esclareceu a posição do Brasil com relação à guerra na Faixa de Gaza, na Palestina.

Publicidade

Em resposta ao presidente do colegiado, senador Renan Calheiros (MDB-AL), que comandou a reunião, Vieira afirmou que o Brasil condenou o ataque terrorista do Hamas a Israel em outubro de 2023, assim como condena a reação militar israelense em Gaza, que considera desproporcional.

Nossa mensagem foi sempre isso: apoio à operação de retirada de brasileiros que desejam retornar; apoio a todas as iniciativas para que não faltasse água, luz, remédios e hospitais em Gaza; apelo por corredor humanitário, pelo cessar fogo, pela retomada das negociações e pela liberação dos reféns. É preciso condenar e repudiar a atrocidade do ataque terrorista sofrido por Israel no dia 7 de outubro. Sim, Israel tem o direito de defender sua população, mas isso tem de ser feito dentro de regras do direito internacional. A cada dia que passa, no entanto, resta claro que a reação de Israel ao ataque sofrido tem sido extremamente desproporcional e não tem como alvo somente aqueles responsáveis pelo ataque, mas todo o povo palestino“, disse o ministro.

Em janeiro deste ano, o Itamaraty apoiou denúncia da África do Sul na Corte Internacional de Justiça (CIJ) de que Israel estaria praticando genocídio. Segundo Vieira, os juízes reconheceram a “plausibilidade de um genocídio em curso”.

Ajuda humanitária

O ministro também afirmou que Israel retém e bloqueia unilateralmente doações humanitárias aos palestinos. “Sem sombra de dúvida, o bloqueio consiste em uma violação do direito internacional. A estimativa é que mais de 15 mil toneladas de suprimentos de ajuda humanitária internacional ainda aguardavam aprovação de Israel para entrar em Gaza. A maior parte enviada diretamente pelo Brasil foi devidamente entregue“, afirmou.

Publicidade

Vieira também deu explicações sobre a declaração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em fevereiro, ao comparar a resposta militar de Israel em Gaza com o Holocausto nazista. Como reação, Israel considerou o presidente persona non grata no país e repreendeu o embaixador brasileiro, Frederico Meyer. Segundo Vieira, a fala foi uma expressão da inconformidade de Lula com as mortes causadas pela guerra.

Hoje já são 32 mil mortos e 73 mil feridos em gaza, 70% dos quais mulheres e crianças. Do lado israelense, além dos 1.112 mortos do ataque terrorista do Hamas em outubro, já morreram 251 soldados. Quantas vidas mais serão perdidas até que todos atuem para impedir o morticínio em curso? É nesse contexto de profunda indignação que se inserem as declarações do presidente Lula, são palavras que expressam a sinceridade de quem busca preservar e valorizar o valor supremo que é a vida humana“, explicou.

*Matéria publicada originalmente em Agência Senado

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.