A Polícia Federal (PF) usou dados de registros de celulares e de entrada e saída do Palácio do Alvorada na investigação sobre uma minuta de decreto.
Este ‘documento’ previa a prisão de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ou seja, a minuta também preconizava a convocação de novas eleições após a derrota de Jair Bolsonaro (PL) na disputa de 2022.
As informações constam em um documento da investigação obtido pelo blog da jornalista Andréia Sadi, do portal g1.
O tenente-coronel Mauro Cid revelou a existência da minuta à PF, em delação premiada homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Cid foi ajudante de ordens de Bolsonaro ao longo de todo o mandato.
Por outro lado, registros da movimentação no Alvorada e dados de Estações Rádio Base (ERB) permitiram à corporação corroborar o relato de Cid.
A PF obteve, portanto, mais detalhes sobre participantes das discussões sobre a minuta do decreto e as formas como eles se comunicaram.
A corporação afirma que o ex-presidente Bolsonaro sabia da existência da minuta e pediu ajustes no teor.
Ele apresentou a minuta a militares também investigados por tentativa de golpe de Estado, ou seja, para manter o agora ex-presidente ilegalmente no poder.
Veja a cronologia dos fatos:
- Em 19 de novembro de 2022 Bolsonaro recebe a minuta é apresentada no Alvorada;
- Em 7 de dezembro Bolsonaro e militares recebem a minuta;
- Em 9 de dezembro Bolsonaro enxuga pontos do decreto e apresenta a general que ofereceu tropas.
Em mensagens, Mauro Cid diz que Bolsonaro vinha recebendo ‘várias pressões’ de deputados do agro para tomar ‘medida mais pesada’. Quem são esses deputados? Parlamentares representam pessoas e empresas ligadas ao setor. Quem conversava com esses deputados?
— Blog do Noblat (@BlogdoNoblat) February 8, 2024