
A Polícia Federal (PF) descobriu uma conversa entre dois investigados no caso da “Abin paralela” que revela um possível plano de ataque contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. As mensagens trocadas em agosto de 2021 mostram uma discussão sobre ações violentas contra o magistrado.
O diálogo se deu entre o agente da PF Marcelo Araújo Bormevet e o militar do Exército Giancarlo Gomes Rodrigues. A conversa, que consta em inquérito da PF, embasou a prisão de ambos e de outros acusados nesta quinta-feira (11), durante nova fase da operação que investiga o caso.
Eles foram intimados para prestar esclarecimentos sobre os fatos, mas não compareceram às oitivas. “O primeiro encaminhou atestado de saúde para justificar o não comparecimento, o segundo se reservou ao direito sagrado ao silêncio sob a justificativa de não ter tido acesso às diligências de análise em andamento”, disse a PF.
Bormevet foi chefe do Centro de Inteligência Nacional (CIN) durante a gestão do hoje deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) na Abin. Já Gianrcarlo foi seu subordinado na instância.
Qual o motivo dos ataques contra Moraes?
Os comentários ocorreram depois que Moraes afastou, em agosto de 2021, o delegado da PF Victor Neves Feitosa Campo de um inquérito sobre um suposto ataque hacker ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A decisão foi tomada após o vazamento de informações sigilosas das investigações.
De acordo com o relatório, Giancarlo, iniciou a conversa mencionando que o “careca” – referindo-se ao ministro Moraes – estava “merecendo algo a mais”.
Em resposta, Bormevet mencionou “só 7.62 (sic)”, referindo-se a um fuzil. Giancarlo, então, usou o termo “head shot”, que significa “tiro na cabeça” em inglês. Embora essa expressão seja comum em jogos de tiro, no contexto da investigação, ela representa uma ameaça real à vida do ministro.