PRECONCEITO?

Propostas que criminalizam ‘gordofobia’ estão paradas na Câmara

Pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde apontou que 60,3% dos brasileiros apresentam sobrepeso ou obesidade

Propostas que criminalizam 'gordofobia' estão parada na Câmara
O Tenente Coronel Zucco (Repúblicanos-RS) em audiência na CPI do MST na Câmara; o parlamentar fez fala considerada ‘gordofóbica’ (Crédito Foto: Bruno Spada/Câmara dos Deputados)

Na Câmara dos Deputados duas propostas que criminalizam o preconceito em razão do peso corporal estão paradas: a chamada “gordofobia”. Embora não seja tipificada como crime, a chamada “gordofobia” tem concentrado interesse em plataformas de busca na internet.

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A Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Ministério da Saúde em 2020, revelou que 60,3% dos brasileiros têm excesso de peso, o que compreende o sobrepeso e a obesidade.

Na última quinta-feira (3), esse tipo de discriminação voltou aos trendss topics nas redes sociais e no buscador por conta de declarações ocorridas na Câmara.

Durante audiência da CPI do MST, o presidente do colegiado, Tenente Coronel Zucco (Republicanos-RS), ironizou a também deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), questionando se ela queria “um hambúrguer” ou “um remédio” para se acalmar.

Sâmia e o PSOL classificaram a fala como “machista” e “gordofóbica”, e levaram o caso ao Conselho de Ética da Casa. Um grupo técnico do Ministério Público Federal também pediu a abertura de investigação contra Zucco na Procuradoria-Geral da República (PGR). Em nota à imprensa, o parlamentar disse já ter se retratado.

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Segundo levantamento realizado pelo Data Lawyer, um instituto de dados jurídicos, entre 2014 e a primeira semana de agosto de 2023, ao menos 950 processos não sigilosos mencionaram o termo “gordofobia”. Os dados apontam que, em causas ganhas, o valor médio recebido é de R$ 233 mil.

Em junho de 2022, o deputado federal José Guimarães (PT-CE) , hoje líder do governo na Câmara, apresentou um projeto para criminalizar a discriminação. Segundo o texto, discriminação ou preconceito em razão do peso corporal de alguém devem ser punidos com o mesmo rigor dado aos crimes contra raça, cor, etnia e religião.

Ainda no ano passado, o deputado Nereu Crispim (PSD-RS) também protocolou projeto com o mesmo objetivo. Crispim propõe criminalizar atos de “gordofobia” e estabelecer pena de 2 a 5 anos de reclusão. Há ainda aumento de pena quando cometidos contra crianças e adolescentes.

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O texto também prevê que a pena pode chegar a 10 anos e multa se o crime for cometido para prejudicar o exercício de seus direitos civis ou políticos.

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