resposta a Lira

PT defende Alexandre Padilha e cita importância de “relações saudáveis”

O partido afirmou que a ofensiva do presidente da Câmara ao ministro “compromete a liturgia do cargo de presidente da Câmara Federal e ofende a harmonia entre os Poderes da República”

O Partido dos Trabalhadores (PT), sigla do presidente Lula, demonstrou seu apoio a Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, nas recentes desavenças com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).
Declarações recentes pioram ainda mais a já desgastada relação entre os dois – Créditos: Reprodução e Estadão

O Partido dos Trabalhadores (PT), sigla do presidente Lula, demonstrou seu apoio a Alexandre Padilha, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, nas recentes desavenças com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). O deputado deu, em entrevista coletiva, declarações pesadas contra Padilha, chamando-o de “incompetente” e um “desafeto pessoal”.

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O PT afirmou que a ofensiva de Lira ao ministro “compromete a liturgia do cargo de presidente da Câmara Federal e ofende a harmonia entre os Poderes da República” e declarou “irrestrita solidariedade” a Padilha, filiado ao partido.

Em suas redes sociais, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, também declarou o apoio ao ministro de Lula: “Estamos juntos!”

Lira x Padilha

Um dia após a votação no Plenário da Câmara, que manteve a prisão do deputado Chiquinho Brazão, acusado de mandar matar a vereadora Marielle Franco, Arthur Lira concedeu entrevista coletiva a jornalistas, em uma feira agroindustrial no Paraná.

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Quando questionado sobre se o resultado o enfraquecera, o deputado desabafou e acusou o ministro Padilha de interferir na votação. Nos bastidores, deputados apontaram uma indignação do chefe da Câmara com o que ele considerou uma interferência do Governo no pleito.

“Essa notícia foi vazada do Governo e, basicamente, do ministro Padilha, que é um desafeto, além de pessoal, um incompetente. Não existe partidarização [na análise da prisão de Brazão]. Eu deixei bem claro que ontem [quarta-feira] a votação foi de cunho individual, cada deputado é responsável pelo voto que deu. Não tem nada a ver [com influência]”, declarou.

“É lamentável que integrantes do Governo interessados na estabilidade da relação harmônica entre os Poderes fiquem plantando essas mentiras”, completou o deputado.

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Padilha, em evento no Rio de Janeiro, nesta sexta-feira (12), concedeu uma entrevista e se defendeu, afirmando que não “desceria a esse nível”. “O único ato que fizemos durante a votação desse tema foi afirmar que o Governo defendia a prisão desse parlamentar”, justificou.

Pressão sobre Alexandre Padilha atenuada

Ao blog do repórter Guilherme Balza, auxiliares de Lula afirmaram que os ataques de Lira tiveram o efeito contrário ao desejado, dando a Alexandre Padilha uma sobrevida no cargo. O assessores explicaram que quanto mais a pressão sobre o presidente aumenta, é menor a probabilidade dele ceder.

Padilha vem balançando no cargo, com sua saída sendo apoiada por governistas e opositores. Encabeçado por Lira, o centrão busca alguém mais alinhado com as diretrizes da ala, em um cargo tão importante para a diplomacia interna.

Espera-se que, em uma eventual saída, Padilha assuma a pasta da Saúde. Assim, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (PT-CE), que tem boa relação com Lira, ocuparia o comando das Relações Institucionais.

A tensão entre os dois não é recente. Desde 2023, Arthur Lira não conversa com o ministro, afirmando que ele descumpre a palavra sobre vetos presidenciais, além de favorecer prefeituras aliadas em repasses. Para viabilizar a comunicação, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, teve que tornar-se o interlocutor.

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