A deputada federal Luiza Erundina (PSOL-SP), de 89 anos, passou mal após participar de uma sessão na Comissão de Direitos Humanos da Câmara e foi hospitalizada. A parlamentar está internada na UTI.
Erundina sentiu-se mal após um discurso de seis minutos defendendo um projeto de lei da deputada Maria do Rosário (PT-RS) sobre a identificação de locais de repressão política da ditadura militar. Ela foi levada ao Hospital Sírio Libanês de Brasília, onde está em estado estável, mas requer cuidados intensivos.
A sessão foi interrompida por 10 minutos devido ao incidente. Porém, uma briga subsequente entre um cidadão e o deputado delegado Éder Mauro (PL-PA) resultou no encerramento da sessão.
Mais tarde, a deputada Laura Carneiro (PSD-RJ) pediu a suspensão da sessão para acompanhar Erundina no hospital, o que foi acatado pelo deputado Lúcio Mosquini (MDB-RO), que presidia a sessão.
Seria votado a urgência de dois projetos polêmicos: um equiparando a pena por aborto à de homicídio e outro propondo anular delações premiadas feitas por réus presos, que poderia beneficiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o deputado Chiquinho Brazão (União-RJ).
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Quem é Luiza Erundina?
Luiza Erundina de Sousa, nascida em 30 de novembro de 1934, em Uiraúna, Paraíba, é uma importante política brasileira, atualmente deputada federal pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de São Paulo. Sua trajetória é marcada pela dedicação às causas sociais e defesa dos direitos humanos.
Erundina iniciou sua carreira pública em 1958, como Secretária de Educação de Campina Grande, na Paraíba. Perseguida pela ditadura militar, emigrou para São Paulo em 1971. Filiou-se ao Partido dos Trabalhadores (PT) em 1980, participou da fundação do partido e, em 1982, foi eleita vereadora de São Paulo. Em 1986, tornou-se deputada estadual e, em 1988, fez história ao ser eleita a primeira mulher prefeita de São Paulo. Sua gestão foi caracterizada por políticas inovadoras e inclusivas, especialmente nas áreas de educação, saúde e transporte público.
Após seu mandato como prefeita, Erundina continuou sua atuação política e, em 1993, foi nomeada ministra da Secretaria da Administração Federal no governo Itamar Franco, após o impeachment do presidente Collor. Em 1998, foi eleita deputada federal por São Paulo pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), e em 2003, devido a divergências internas, deixou o PT e filiou-se ao PSOL.
Como deputada federal, Erundina é autora e defensora de diversos projetos de lei que visam ampliar a transparência governamental, promover a igualdade de gênero e combater a corrupção. Ela coordenou a Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e o Direito à Comunicação com participação popular (Frentecom) e fez parte da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados.
Também participou das comissões permanentes de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Legislação Participativa; e de Direitos Humanos e Minorias. Coordenou a Subcomissão Permanente Parlamentar Memória, Verdade e Justiça e integrou comissões temporárias importantes, como a do caso Marielle Franco e Anderson Gomes e a dos fitoterápicos.
Além disso, Erundina integrou a Comissão Especial da PEC-181/2015, a Comissão Externa do Zika Vírus e Microcefalia, as comissões especiais da Reforma Política e da Lei Geral das Telecomunicações, e a Comissão Mista da MP-759/16 sobre Regularização Fundiária Rural e Urbana.