Botucatu (SP) é palco de estudo científico inédito no mundo

Projeto foi desenvolvido em parceria com a OMS, Universidade de Oxford e a Fundação Bill e Melinda Gates. Em um único dia, quase toda a população da cidade do interior de São Paulo foi imunizada contra a Covid-19

Por Lilian Coelho

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No domingo passado (16), a cidade vacinou mais de 66 mil cidadãos, dos 106 mil com mais de 18 anos, superando a meta da Prefeitura. Agora, a cidade com o maior número de vacinados do Estado de São Paulo – 69,9% da população já recebeu pelo menos uma dose.  

A iniciativa é parte do projeto de uma pesquisa inédita da vacina produzida pelo laboratório AstraZeneca, Universidade de Oxford e Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), elaborado pela parceria entre a prefeitura da cidade, o Ministério da Saúde, o Governo Federal, a Unesp, o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu e a Fundação Gates. 

Foram escolhidos para receber a vacina todos os cidadãos maiores de 18 anos, que tenham se inscrito previamente no site da prefeitura e do estado. 

Neste final de semana, mais uma etapa do projeto será finalizada com pessoas que não puderam estar presentes na semana passada.  

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Foi montado na cidade um esquema de eleições. Mais de 2.500 voluntários ajudaram nos 49 postos de vacinação. 

Assim que foi Botucatu foi anunciado como município escolhido para a pesquisa, as autoridades tiveram que lidar com o chamado “turismo da vacina”. Repentinamente, as imobiliárias começaram a registrar uma procura maior de imóveis.   

Em entrevista para o Grupo Perfil, o prefeito de Botucatu, Mario Pardini (PSDB) explica como evitou essa invasão.   

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“Utilizamos a estrutura e o planejamento da Justiça Eleitoral. Tivemos a felicidade de ter essa ideia, com aprovação do TRE. Isso inibiu a invasão de pessoas de outras cidades e ajudou no estabelecimento de critérios para selecionar os imunizados.” 

A prefeitura da cidade também utilizou os registros das pessoas nas unidades de saúde do município. 

Pardini comemora os resultados. Ao comparar este levantamento com o realizado em Serrana (SP), que também imunizou toda a população ele afirma que o estudo de Botucatu consegue ser mais amplo:  

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“A pesquisa daqui vai testar 100% de casos de síndrome gripal e casos positivos para o coronavírus e será feito um sequenciamento genético. Poderemos verificar todas as cepas existentes e compreender a eficácia do imunizante de Oxford nessas variantes da covid-19.” 

O prefeito está otimista quanto aos próximos meses: 

“Daqui a 30 ou 60 dias, após a aplicação da segunda dose, espero reduzir de forma drástica as internações e zerar o número de mortes em Botucatu”.

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