Vivendo em Cariacica, município do Espírito Santo, Bianca Andrade, uma jovem de 25 anos, enfrentou uma reviravolta em sua vida. Antes do início de um novo estágio, ela descobriu, através de um exame médico obrigatório, que estava com leucemia linfoide aguda (LLA). A revelação veio após um resultado de exame mostrar alterações nos seus leucócitos, células vitais para a defesa do organismo.
Ao não receber o Atestado de Saúde Ocupacional, necessário para a vaga que iria ocupar, Bianca foi aconselhada a procurar um hematologista com urgência. Após confirmar a mesma alteração em exames subsequentes, a situação que a princípio era tratada com incredulidade precisou ser enfrentada com seriedade. O diagnóstico veio rapidamente: leucemia linfoide aguda, um tipo agressivo de câncer no sangue.
A jovem não apresentava sintomas perceptíveis que indicassem a presença de uma doença tão grave. Esse tipo de câncer, que afeta os glóbulos brancos, é geralmente silencioso, e a descoberta precoce foi determinante para iniciar o combate à doença. Após o choque inicial, Bianca iniciou o tratamento em agosto de 2023, três semanas após o diagnóstico inicial.
Os desafios do tratamento da jovem
Bianca teve de passar por diversos ciclos de quimioterapia, no Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes (Hucam), da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), causando muitos períodos internada no hospital, já que sentia fortes efeitos colaterais devido ao tratamento. Apesar dos cuidados contínuos, complicações surgiram. Infecções ocasionadas pela baixa imunidade a levaram a episódios severos, culminando em uma internação de emergência.
Em janeiro de 2024, após passar por cinco sessões de quimioterapia, ela voltou para casa tomando antibiótico, devido a febres e sensações de mal estar. Logo depois, ela foi para na emergência, com dificuldade para respirar. A jovem entrou em coma por sete dias, devido a uma pneumonia assintomática que se agravou em sepse, uma infecção generalizada. Ao acordar, suas pernas haviam necrosado como consequência da sepse e tiveram que ser amputadas.
Após sete meses de tratamento intensivo, e superando enormes desafios, Bianca agora encara uma nova realidade. Atualmente, ela passa por um tratamento de manutenção para evitar a reincidência da leucemia, e se prepara para usar próteses, que devolverão parte de sua mobilidade e independência.
Sua casa está sendo adaptada para facilitar seu dia a dia, com alterações que incluem a instalação de barras de apoio e ajustes nos cômodos para adequar-se à sua nova condição física. A jovem também está envolvida com campanhas de arrecadação, como rifas, e encontra-se ativa em redes sociais para financiar as adaptações necessárias em seu lar.
“Tudo mudou na minha vida. Eu tive que trancar a faculdade, eu não posso trabalhar. Eu ainda dependo da minha família para me levar até o banheiro. Mas, em breve, tudo isso vai mudar também”, afirmou Bianca em entrevista ai G1.
O Ministério da Saúde alerta sobre a importância do diagnóstico precoce, a prevenção e os riscos das doenças do sangue. Em especial a anemia e a leucemia.
É importante fazer exames de rotina para garantir a sua saúde e um diagnóstico precoce.#MinistérioDaSaúde #SUS… pic.twitter.com/fCTdo79fIT
— Ministério da Saúde 🩵 (@minsaude) June 11, 2023
* Sob supervisão de Lilian Coelho