PREOCUPANTE

OMS: vacinas orais contra cólera chegam ao fim no estoque global

A produção atual, mesmo operando em sua capacidade máxima, não consegue atender à crescente demanda

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Vacina oral – Créditos: depositphotos.com / SeventyFour

A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem enfrentado desafios significativos em 2024 devido à falta de vacinas orais contra a cólera. A produção atual, mesmo operando em sua capacidade máxima, não consegue atender à crescente demanda, uma preocupação primordial para a organização.

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“Essa escassez traz muitos problemas para os esforços de luta contra as epidemias e afeta os esforços para controlar a propagação da doença”, apontou a OMS em um relatório.

Entre setembro e outubro de 2023, a OMS documentou um aumento acentuado nos pedidos de vacinas orais de países como Bangladesh, Sudão, Níger, Etiópia e Mianmar, que somaram um total de 8,4 milhões de doses solicitadas. No entanto, somente 7,6 milhões puderam ser distribuídas, evidenciando a lacuna entre demanda e oferta e ressaltando a urgência em aumentar a produção global.

Por que há uma escassez de vacinas contra cólera?

A principal razão para a escassez de vacinas contra cólera está na crescente frequência e intensidade dos surtos da doença em diversas regiões do mundo. Contribuem para essa situação condições climáticas extremas, como enchentes, que afetam a qualidade da água e facilitam a transmissão da bactéria Vibrio cholerae. Além disso, a infraestrutura de saneamento deficiente em muitas áreas contribui para a rápida disseminação do patógeno entre populações vulneráveis.

Embora a produção de vacinas continue a pleno vapor, a demanda crescente tem superado a capacidade de resposta dos fabricantes. A OMS e seus parceiros internacionais têm trabalhado para expandir a capacidade de produção, mas isso requer tempo, investimentos e planejamento estratégico.

O impacto da cólera em 2024

Até 29 de setembro de 2023, mais de 439 mil casos de cólera foram relatados, resultando em 3.432 mortes. Comparado ao ano anterior, observa-se uma diminuição de 16% nos casos, mas, paradoxalmente, um aumento alarmante de 126% no número de mortes. Esse dado sublinha a gravidade da situação atual, enfatizando a necessidade urgente de controle e mitigação da doença.

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A cólera é primariamente transmitida através do consumo de água e alimentos contaminados, e continua a ser uma ameaça nos países com infraestrutura de saneamento inadequada. A bactéria responsável pela doença, Vibrio cholerae, naturalmente encontrada em ambientes aquáticos, pode infectar seres humanos e provocar surtos epidêmicos devastadores.

Em abril de 2024, foi confirmado um caso autóctone de cólera no Brasil, o primeiro em 18 anos, evidenciando desafios contínuos em torno da vigilância e prevenção da doença. Esse caso ocorreu em Salvador (BA), aumentando a urgência de monitoramento ativo e implementação de medidas sanitárias rigorosas nas áreas afetadas.

A ocorrência do caso local reforça a importância da vigilância epidemiológica contínua e do fortalecimento das políticas públicas de saúde. A reintrodução da doença no território brasileiro é um lembrete de que surtos podem ocorrer rapidamente onde condições ambientais e sociais são propícias.

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