SAÚDE MENTAL

Setembro Amarelo: Brasil tem alta incidência de suicídio entre crianças e adolescentes

Entre 2012 e 2021, foram registradas mil mortes anualmente, entre jovens de 10 e 19 anos, causadas por suicídio

Entre 2012 e 2021, foram registradas mil mortes anualmente, entre jovens de 10 e 19 anos, causadas por suicídio.
A campanha é focada na prevenção do suicídio – Créditos: Canva

No mês de setembro de inicia a campanha de Setembro Amarelo, focada na prevenção ao suicídio. Autoridades de saúde têm mostrado preocupação especial com o aumento no número de casos entre crianças e adolescentes no Brasil.

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Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), entre 2012 e 2021, aproximadamente mil jovens entre 10 e 19 anos tiraram suas próprias vidas por ano. Ao todo, no mesmo período, o país registrou um total de 9.954 casos de suicídio ou morte por lesões autoprovocadas intencionalmente.

Os dados da SBP revelam que a maior parte dos suicídios, 84,29%, ocorre entre adolescentes de 15 a 19 anos, totalizando 8.391 óbitos. Na faixa etária de 10 a 14 anos, foram registrados 1.563 casos.

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), o suicídio é a quarta principal causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, logo após acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal. O Brasil apresenta uma taxa crescente de suicídios, com um aumento de 49,3% entre adolescentes de 15 a 19 anos e 45% entre adolescentes de 10 a 14 anos entre 2016 e 2021.

Suicídio e transtornos psicológicos

Segundo a OMS, em 2019, o Brasil registrou cerca de 14 mil suicídios anuais, o equivalente a 38 pessoas por dia. Globalmente, esse número supera 700 mil. Todos os anos, mais pessoas morrem como resultado de suicídio do que HIV, malária, câncer de mama, guerras e homicídios.

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Os fatores de risco incluem doenças mentais, estresse, pressões sociais e até questões genéticas. Aproximadamente 96,8% dos casos de suicídios têm associação com transtornos psicológicos, muitos dos quais são tratáveis.

A psicóloga e psicanalista Ethel Poll, coordenadora do Núcleo de Depressão da Holiste Psiquiatria, reforçou que um tratamento adequado pode prevenir desfechos trágicos. “O tratamento adequado é um meio de se prevenir qualquer tipo de sofrimento e adoecimento psíquico, para que não chegue a esse fim trágico. O tratamento deve considerar as angústias e dores específicas de cada paciente, bem como os fatores socioculturais e ambientais envolvidos”, explicou Poll em entrevista ao jornal O Tempo.

Poll destaca ainda que os números de suicídios são altos devido, também, ao estigma em torno da saúde mental. “Devido ao estigma em torno do suicídio, muitos sentem que não podem pedir ajuda”.

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Onde buscar ajuda?

Reconhecer os sinais de risco e buscar ajuda é fundamental. Se você ou alguém que você conhece está enfrentando dificuldades, procure um profissional de saúde mental ou instituições especializadas. O site setembroamarelo.com oferece uma lista de profissionais capacitados em todo o Brasil.

Lá, você também encontra materiais informativos, como vídeos e cartilhas, elaborados pela Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) e pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), que são úteis na prevenção ao suicídio.

O Centro de Valorização da Vida (CVV) é uma instituição de apoio emocional e prevenção do suicídio. Atendendo de forma voluntária e sigilosa, o CVV está disponível 24 horas por dia, através do telefone 188, e-mail e chat.

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Para conversar com um atendente do CVV, basta acessar o site cvv.org.br/chat e utilizar o serviço de chat para buscar apoio emocional.

 

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