vício perigoso

Vape tem até seis vezes mais nicotina que cigarro normal

Conclusão é de um estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de SP com Instituto do Coração e Laboratório de Toxicologia da FMUSP

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Vape e cigarros eletrônicos têm mais nicotina que cigarros normais, segundo estudo – Créditos: Canva

Uma  pesquisa conduzida pela Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, em colaboração com o Instituto do Coração (Incor) e o Laboratório de Toxicologia da FMUSP, indica que o uso de cigarros eletrônicos (vape) resulta em níveis de intoxicação corporal mais altos do que os cigarros tradicionais.

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O estudo inicial, baseado em dados de 200 usuários de vapes, revelou que a nicotina em seus corpos é de três a seis vezes maior comparada à dos fumantes de cigarros convencionais.

Elaine Cristine D’Amico, líder da equipe de coleta da Vigilância Sanitária Estadual, e Marcelo Filonzi dos Santos, do Laboratório de Toxicologia, apresentaram os dados preliminares. Eles estão envolvidos no estudo, realizando o mapeamento e processamento das amostras coletadas.

“O estudo indica que a intoxicação por nicotina em quem usa o cigarro eletrônico é tão alta quanto, ou até pior, que nos usuários de cigarro tradicional. Também foi notado uma falta de conhecimento entre os mais jovens sobre os riscos de dependência, regras de uso e consumo em ambientes fechados, conforme a Lei Antifumo. Esses dados foram coletados durante a pesquisa por meio de questionários aplicados aos usuários de cigarros eletrônicos/vape”, explica a médica cardiologista Jaqueline Scholz, diretora do Núcleo de Tabagismo do Incor e coordenadora da pesquisa.

3% da população do Brasil utiliza cigarros eletrônicos. “Parar de usar o produto por conta própria é uma fantasia. Trata-se de um produto altamente viciante que contém substâncias extremamente tóxicas, que também afetam as pessoas ao redor. Ao inalar as partículas ultrafinas depositadas no ar, estas chegam ao sistema respiratório, atravessando a membrana pulmonar e causando uma grande inflamação”, esclarece Jaqueline Scholz.

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A cardiologista do Incor enfatiza que os riscos à saúde associados ao uso de vape são comparáveis aos dos cigarros tradicionais com filtro. Contudo, esses riscos são amplificados, dobrando a probabilidade de ocorrência de um infarto ou acidente vascular cerebral (AVC). Caso haja consumo concomitante de ambos os produtos, o risco aumenta quatro vezes.

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