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EUA acusam Rússia de usar armas químicas na Ucrânia

Kiev registrou aproximadamente 1,4 mil casos suspeitos desde o início do conflito em fevereiro de 2022, com um aumento significativo nos últimos meses

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Militares ucranianos – Crédito: Getty Images

Nesta quinta-feira (2), a Rússia rejeitou a acusação feita pelos Estados Unidos de usar armas químicas como estratégia de guerra na Ucrânia. O Kremlin afirmou que a declaração do Departamento de Estado dos EUA é “infundada”.

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Vale ressaltar que isso seria uma violação grave da Convenção sobre Armas Químicas (CAQ), à qual a Rússia aderiu junto com mais de 150 países. Os EUA também afirmaram que a Rússia usa regularmente gás lacrimogêneo, o que é proibido pelo acordo.

“O uso dessas substâncias químicas não foi um incidente isolado e provavelmente é motivado pelo desejo das forças russas de remover as forças ucranianas de posições fortificadas e obter ganhos táticos no campo de batalha”, comunicou o Departamento de Estado dos EUA nesta quarta-feira (1º).

“O desprezo contínuo da Rússia em relação a suas obrigações sob a convenção é consistente com o envenenamento de Alexei Navalny e de Sergei e Yulia Skripal com o agente nervoso Novichok, acrescentou o comunicado.

O governo russo negou as acusações, assegurando seu compromisso com as normas do direito internacional. Além disso, a Rússia declara não possuir mais armas químicas militares. No entanto, o país vive sob a pressão de fornecer informações mais transparentes.

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Acusações de armas químicas nos últimos meses

No começo deste ano, a Reuters relatou que as tropas russas utilizaram granadas contendo gases lacrimogêneos CS (clorobenzilidenemalononitrila) e CN (cloroacetofenona). Essas armas são frequentemente utilizadas para conter multidões.

O relatório do Departamento de Estado apontou que pelo menos 500 soldados ucranianos receberam tratamento por exposição a esses gases. Um soldado chegou a morrer por asfixia devido ao gás lacrimogêneo.

Enquanto isso, a Ucrânia registrou aproximadamente 1,4 mil casos suspeitos de uso de armas químicas pela Rússia desde o início do conflito em fevereiro de 2022, com um aumento significativo nos últimos meses. Em março, por exemplo, foram documentados 371 casos suspeitos de armas químicas russas. Isso representa cerca de sete vezes mais do que o registrado no ano anterior.

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Sanções norte-americanas

Nesse contexto, o departamento anunciou que os EUA aplicariam sanções a três entidades estatais relacionadas aos programas de armas químicas da Rússia, bem como a quatro empresas apoiadoras. Além disso, 30 suspeitos estão sujeitos a penalidades, incluindo três ligados à morte de Navalny.

Além disso, nesta quarta-feira (1º), o Departamento do Tesouro dos EUA divulgou sanções a 300 entidades. O objetivo é reduzir a capacidade industrial e militar da Rússia. A medida inclui várias empresas acusadas de facilitar a aquisição de equipamentos no exterior.

Vale destacar que a lista inclui empresas que possuem sede na China, a qual também se manifestou. O gigante asiático comunicou nesta quinta-feira (2) que agirá para proteger os direitos e interesses de suas empresas. Por fim, a China enfatizou que não é responsável pela crise na Ucrânia e reivindicou o direito de manter relações comerciais com todos os países, o que inclui a Rússia.

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*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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