Depois de três semanas à deriva, o navio humanitário Ocean Viking finalmente atracou nesta sexta-feira (11) no porto militar de Toulon, no sul da França, com 230 migrantes resgatados.
A embarcação enfrento uma crise com o governo da Itália, o primeiro destino do Ocean Viking, que se recusou a abrir qualquer porto para os imigrantes. A alegação do governo italiano, de acordo com a agência de notícias AFP, foi de que outros países europeus deveriam assumir mais responsabilidades com esses migrantes.
Foi o governo da França que decidiu intervir e receber o navio humanitário em seus portos banhados pelo mediterrâneo, mas não sem antes questionar a atitude da Itália. O ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, afirmou que a espera causada pelo governo italiano “fez os passageiros sofrerem” e chamou o comportamento de “incompreensível”. O caso está gerando o primeiro atrito entre o novo governo de extrema-direita de Roma e seus vizinhos europeus.
Em respota, Giorgia Meloni, a primeira-ministra italiana, afirmou que os franceses estão sendo “agressivos” e argumentou que seu país já recebeu 90.000 imigrantes este ano, enquanto os outros países europeus não cumpriram suas promessas de acolhimento.
Nas redes sociais, políticos de direita franceses estão se manifestando contra a decisão de seu governo, afirmando que a França está abrindo suas portas para a “próxima crise migratória“.
En accueillant l’Ocean Viking, le gouvernement prépare la crise migratoire à venir. Le principe est clair : si vous êtes récupérés en Méditerranée, vous pourrez vous installer en Europe. Y a-t-il un message plus dangereux à envoyer, et un abandon plus assumé de nos frontières ?
— Fx Bellamy (@fxbellamy) November 10, 2022
Ils nous disent qu’ils n’accueilleront qu’un seul bateau mais ils accepteront tous les autres.
Il est temps de suivre l’exemple de l’Italie et de mettre fin à cette immigration anarchique ! #OceanViking— Grégoire de Fournas (@gdefournas) November 10, 2022
À bordo do Ocean Viking estavam 230 pessoas, das quais 57 eram crianças. A AFP chegou a fotografar algumas dessas crianças dormingo em caixas de papelão com o destino “frança” escrito.