A Amazônia Legal registrou o menor nível de desmatamento em seis anos no primeiro bimestre de 2024. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (18) pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), e dizem respeito a 59% do território brasileiro perpassado em nove estados.
As informações partiram do Sistema de Alerta de Desmatamento. De acordo com o estudo, de janeiro a fevereiro de 2023 a área derrubada foi 523 km². Em contrapartida, no mesmo período um ano depois, o total foi 196 km², extensão 63% menor.
Avanços e retrocessos na Amazônia
Apesar do marco, fevereiro de 2024 ainda apresentou uma área derrubada acima dos 150 km², diferentemente de 2008 a 2017 (com exceção de 2015). Em termos práticos, foram quase 327 campos de futebol devastador por dia.
“Esses dados mostram que ainda temos um grande desafio pela frente. Atingir a meta de desmatamento zero prometida para 2030 é extremamente necessário para combater as mudanças climáticas. Para isso, uma das prioridades do governo deve ser agilizar os processos em andamento de demarcação de terras indígenas e quilombolas e de criação de unidades de conservação, pois são esses os territórios que historicamente apresentam menor desmatamento na Amazônia”, alerta Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
Além disso, dois dos nove estados da Amazônia Legal registraram um aumento na devastação durante o primeiro bimestre: Maranhão e Roraima. No Maranhão, a destruição foi de 2 km² para 5 km² no intervalo de um ano, alta de 150%. Similarmente, Roraima exibiu uma elevação de 37%, de 19 km² para 26 km².
“Apesar da área desmatada no Maranhão ter sido a sexta menor no bimestre, esse aumento requer atenção, uma vez que todos os outros estados tiveram queda. Observamos que a derrubada neste estado está avançando para dentro dos territórios de áreas protegidas, como a Reserva Biológica do Gurupi e a Terra Indígena Porquinhos dos Canela-Apãnjekra”, explica Bianca Santos, pesquisadora do Imazon.
Ranking de estados
O estudo levantou os estados com maior área devastada. Mato Grosso (32%) vem em primeiro lugar, seguido de Roraima (30%) e Amazonas (16%). Juntos, representam 77% do total desmatado.
🐂 A #pecuária na #Amazônia tem + da metade da área formada por pastos degradados! Por isso, um estudo do @Imazon dentro do projeto @amazonia_2030 indicou as áreas prioritárias para essas ações, que ficam a até 60 km das plantas frigoríficas com registros estaduais e federal. pic.twitter.com/12FO4atMXM
— Imazon (@Imazon) March 6, 2024