ORGANIZAÇÕES CRIMINOSAS

Bala na Cara e Manos: o RS é o estado que possui o maior número de facções do país

Os municípios gaúchos de Rio Grande e Alvorada figuram entre as 50 cidades mais violentas do país com população superior a 100 mil habitantes

Bala na Cara e Manos: o RS é o estado que possui o maior número de facções do país
As facções do RS disputam o poder, pelo mercado local de consumo de drogas, na capital Porto Alegre e também em cidades do interior (Crédito Foto: Reprodução/Record TV)

O Rio Grande do Sul (RS) é o estado com maior número de facções do país. Segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), são ao menos 15 grupos de organizações criminosas disputando o poder em cidades gaúchas. Dados divulgados pelo 17º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, nessa segunda-feira (24), revelaram como o conflito faz aumentar a violência e o número de mortes.

Publicidade

As duas maiores facções do RS são os Balas na Cara e os Manos, a seguir vem os Antibala. O estado registrou 2.154 mortes violentas intencionais no ano passado; já em 2021, houve 2.073 mortes. Os números apontaram um crescimento de 3,8%. Porto Alegre, capital do estado, registrou um aumento de 24,8% no número de mortes violentas intencionais; o terceiro maior aumento relativo do país, ainda segundo dados do Anuário.

O aumento das mortes violentas intencionais está relacionado ao acirramento dos conflitos entre as organizações que disputam o poder no RS. A pesquisadora do FBSP e doutoranda em Sociologia da Universidade de São Paulo, Betina Barros, afirma que as mortes alcançaram o ápice em 2017 com o conflito deflagrado das facções e, a partir de 2019, o cenário começou a recuar.

“Esse arrefecimento em 2019 ocorreu de uma forma precária, por meio de alianças firmadas pelos grupos, uma vez que não é interessante estar em guerra deflagrada constantemente. Contudo, o controle foi mais momentâneo do que se esperava. Em 2022, havia indícios de uma volta aos conflitos”, esclareceu Barros em entrevista ao UOL.

A disputa no estado se dá em razão do mercado local de consumo de drogas. A autora do livro “Os coletivos criminais de Porto Alegre – Entre a ‘paz’ na prisão e a guerra na rua”, Marcelli Ciprianni, afirmou que as facções criminosas estão realizando indo em direção ao interior. “O aumento da violência no estado tem muito a ver com a interiorização desses grupos. Em certas cidades mais estratégicas, a configuração de força não é a mesma vista no resto do estado”, afirma Marcelli.

Publicidade

Dois municípios gaúchos ficaram entre as 50 cidades mais violentas do país com população superior a 100 mil habitantes: Rio Grande em 24º lugar, com uma taxa de 53,2 mortes violentas por 100 mil habitantes; e Alvorada, em 41ª posição, com taxa de 44,8.

 

Publicidade

Assine nossa newsletter

Cadastre-se para receber grátis o Menu Executivo Perfil Brasil, com todo conteúdo, análises e a cobertura mais completa.

Grátis em sua caixa de entrada. Pode cancelar quando quiser.