A ‘Carta às Brasileiras e aos Brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito’, manifesto em defesa da democracia divulgado na terça-feira (26) pela Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, atingiu 100 mil assinaturas em apenas um dia no ar. Artistas, ex-ministros do STF e líderes religiosos já constam na lista de assinantes.
O documento que está circulando tem inspiração na ‘Carta aos Brasileiros’, lida pelo professor Goffredo da Silva Telles Junior após a inauguração do curso na Universidade de São Paulo, em agosto de 1977. A carta lida por Goffredo era um manifesto contra a ditadura militar e em defesa da democracia.
O novo texto apresentado homenageia o ato do professor Goffredo da Silva e será lido durante a celebração do aniversário da Faculdade de Direito da USP, no dia 11 de agosto.
Ainda na terça-feira, quando foi divulgada, a carta já havia alcançado 3 mil assinaturas. Os ex-ministros do STF Carlos Ayres Britto, Carlos Velloso, Cezar Peluso, Ellen Gracie, Eros Grau, Marcos Aurélio Mello, Celso de Mello, Sepúlveda Pertence, Sydney Sanches, Joaquim Barbosa, Francisco Resek e Nelson Jobim estão entre os assinantes.
Nesta quarta-feira (27), a quantidade de assinaturas já ultrapassou 100 mil. Os nomes variam entre artistas, jogadores de futebol e empresários.
Roberto Setúbal, ex-presidente do Banco do Brasil; Natália Dias, CEO da Standard Bank e Pedro Moreira Salles, presidente do conselho de adminstração do Itaú Unibanco, estão entre os empresários que assinarama a carta.
Chico Buarque, Arnaldo Antunes, Debora Bloch e Fernanda Montenegro são alguns dos artistas que estão aderindo ao manifesto.
Outras personalidades como o Padre Júlio Lancellotti e o ex-jogador e comentarista Walter Casagrande também aparecem na lista.
A carta clama pela defesa da democracia em resposta aos recentes questionamentos da funcionabilidade das urnas eletrônicas e manifestações saudosas do período militar. “Ao invés de uma festa cívica, estamos passando por um momento de imenso perigo para a normalidae democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições.”
“São intoleráveis as ameaças aos demais poderes e setores da sociedade civil e a incitação à violência e a à ruptura da ordem constitucional“, continua o documento.
Os interessados em assinarem a carta podem fazê-lo por meio do site da Faculdade de Direito da USP.