RIO DE JANEIRO

Entenda o caso da mulher que foi internada à força pela filha e pelo genro em clínica psiquiátrica

Ambos tiveram prisão flagrante convertida em preventiva.

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Maria Aparecida afirma que motivação para o crime teria sido financeira (Crédito: Reprodução/ TV Globo)

Maria Aparecida Paiva, de 65 anos, foi internada à força em uma clínica psiquiátrica no Rio de Janeiro pela filha e o genro. Patrícia de Paiva Reis e Raphael Machado Costa Neves tiveram prisão flagrante convertida em preventiva, suspeitos de terem sequestrado e internado Maria sem necessidade.

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Segundo a polícia, as investigações apontaram que a vítima não tinha doenças psiquiátricas, mas foi mantida na clínica para ser coagida a retirar uma denúncia que fez sobre maus-tratos sofridos pelo dois netos, de 02 e 09 anos, na DCAV (Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima). 

Durante a audiência de custódia do TJ-RJ, a juíza Daniele Lima Pires Barbosa disse que o caso “trata-se de crime grave, em que os custodiados, de forma livre e consciente, privaram a liberdade da vítima, de 65 anos de idade, ascendente da primeira indiciada, mediante internação em clínicas psiquiátricas, por mais de 15 dias, ainda que cientes da sua ilegalidade visto inexistir nenhuma finalidade terapêutica, tudo para favorecer interesse próprio“.

Tudo isso com o intuito de garantir a isenção de seus atos violentos anteriores, perpetrados contra seus próprios filhos, sendo a vítima dessa nova ação criminosa sua própria mãe e sogra. Ademais, tem-se que a vítima informou que essa não seria a primeira tentativa dos indiciados em mantê-la em cárcere privado“, completou.

A justiça ainda informou que há um inquérito contra o casal também por sequestro mediante internação, de outra vítima. Além disso, Patrícia de Paiva Reis responde a cinco processos por calúnia, estelionato, extorsão e furto em veículo, entre 2019 e 2020.

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O caso

A idosa foi sequestrada na zona sul da capital no dia 06 de fevereiro. Ela foi abordada e rendida por dois homens quando saía de uma agência bancária. Eles a colocaram em uma ambulância.

Maria Aparecida disse que pensou se tratar de um sequestro-relâmpago, mas um dos criminosos disse que “era coisa de família” e ela entendeu que o crime seria a mando da própria filha. 

A vítima explicou que os homens disseram apenas que estavam indo para Petrópolis, na Região Serrana. E, ao chegar na cidade, foi levada para a Clínica Vista Alegre, em Correas, onde foi internada. Depois, foi transferida para a clínica Revitalis, na mesma região.

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De acordo com o portal G1, em depoimento, a idosa contou que, após preencher uma ficha, foi encaminhada para uma sala, onde uma mulher tirou sua bolsa, tomou o seu celular e mandou se despir.

Segundo ela, precisou permanecer em um quarto quente, sem janela, e com apenas duas refeições por dia. Sem qualquer tipo de comunicação, no local tinha apenas com uma cama, um vaso sanitário e uma pia. No atendimento foi obrigada a ingerir remédios.

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