O divórcio “BolsoDoria” e a disputa por 2022

A disputa pela liderança no combate à pandemia faz com que João Doria e Jair Bolsonaro sejam protagonistas de uma baixaria sem precedentes na história do Brasil

Jair Bolsonaro e João Doria
Jair Bolsonaro e João Doria (Crédito: Governo do Estado de São Paulo)

Por Lilian Coelho

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O que poderia parecer uma troca de ofensas típica da 5ª série B faz parte da briga virtual do Presidente da República com o Governador do estado mais rico do País. Isso, vale ressaltar, em um momento crítico, em que os brasileiros enfrentam uma segunda onda de coronavírus mais mortal do que a anterior.   

“Patife.” “Vagabundo.” “Calcinha apertada”…

A média é de 3 mil mortes por dia e não há vacinas para todos. Faltam imunizantes, faltam respiradores, mas sobram pulmões para proferir palavras grosseiras, ofensas e troca de farpas. Sinal de que o radar já está ligado no calendário eleitoral. 

A disputa pela liderança no combate à pandemia faz com que João Doria e Jair Bolsonaro sejam protagonistas de uma baixaria sem precedentes na história do Brasil.

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O Governador de São Paulo, João Doria,  utilizou o Twitter na última quinta-feira (08/04) para responder a um xingamento que teria sido feito por Jair Bolsonaro em um jantar com empresários na noite anterior.  “Calma Jair Bolsonaro. Além da Coronavac, o Butantan é especialista na antirrábica. Fique tranquilo, vou te vacinar”.


A cada interação, em tom bem humorado, Doria repetia “vou te vacinar também” – frase que revela, nas entrelinhas que, graças a ele, o Brasil está sendo vacinado. 

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Em meio à guerra da (in)decisão sobre o lockdown e disputa pela paternidade da vacina, duas importantes lideranças do país entram em colisão frontal. Prejuízo para o Brasil e de quem depende da união entre as diversas esferas públicas para sair vivo dessa pandemia. 

O desafeto entre João Doria e Jair Bolsonaro vem de longa data. Passou do amor  -‘BolsoDoria’ estampado na camiseta – ao ódio.

Relembrando um pouco essa história: 

Em 2018, Doria visitou Bolsonaro no hospital. Em 2019, fizeram flexões juntos. “Esse é o cara”, disse Bolsonaro, se referindo a Doria. 

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De uma relação eleitoral, que tinha como meta tirar o PT, sobram rancores, que ganham força, destilados pelas redes sociais e pela disputa pelo protagonismo em 2022. Enquanto isso, milhares de brasileiros aguardam as cenas dos próximos capítulos dessa novela. Com torcida para um final feliz.

*Este texto não reflete, necessariamente, a opinião da Perfil Brasil.

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