presidente da Câmara

‘Ou a gente privatiza a Petrobras, ou toma medidas mais duras’, diz Lira

Questionado sobre a viabilidade de aprovar a privatização completa da Petrobras ainda em 2022, Lira afirmou que a “polarização” pode atrapalhar as discussões.

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O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (Crédito: Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados)

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), defendeu nesta sexta-feira (27) a privatização da Petrobras ou a adoção de ”medidas mais duras” para conter a escalada dos preços dos combustíveis. A declaração foi dada em entrevista à Rádio Bandeirantes.

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“Temos informações de que todas as petrolíferas mundiais, privadas ou públicas, têm tido a sensibilidade de abrir mão de parte dos seus lucros abusivos para ou bancar subsídios diretos, ou congelar seus preços, ou fazer algum ato direto para a população”, declarou o presidente da Câmara

“A Petrobras no Brasil é um ser vivo independente, que não tem função social, que não tem função estruturante. Nessa esteira, ou a gente privatiza essa empresa, ou toma medidas mais duras. Ela não está cuidando do nome da empresa, porque todo desgaste da Petrobras não vai para a Petrobras, todo o desgaste vai para o governo federal”, acrescentou Lira.

Entretanto, a privatização só pode ser feita se houver aval do Congresso Nacional, conforme decidiu o Supremo Tribunal Federal (STF) em 2019.

Questionado sobre a viabilidade de aprovar a privatização completa da Petrobras ainda em 2022, Lira afirmou que a “polarização” pode atrapalhar as discussões. “Você imagina num Brasil polarizado e cheio de versões como a gente vive, você votar uma PEC hoje de privatização da Petrobras. Uma privatização completa, eu acho que o tempo talvez seja inadequado, muito pouco neste ano”, afirmou.

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Diante disso, Lira defendeu nesta sexta que seja feita uma mudança, via projeto de lei, para permitir que o governo venda as ações sob controle do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). “O governo pode, por um projeto de lei ou numa discussão mais rápida, vender as ações que tem no BNDES, em torno de 14%. ”O governo deixaria de ser acionista majoritário, e tiraria das suas costas essa responsabilidade da falta de sensibilidade da Petrobras”, disse.

Radicalização pode explicar revés de Bolsonaro no Datafolha, diz Lira

Ainda durante a entrevista para a Rádio Bandeirantes, Lira disse que o baixo desempenho do presidente Jair Bolsonaro (PL) na última pesquisa Datafolha pode ter sido reflexo de acenos à base mais radical da direita. O presidente da Câmara ainda ressaltou que o mesmo acontece quando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) faz gestos à ala mais radical da esquerda.

Lira foi questionado especificamente sobre se o resultado de Bolsonaro no levantamento poderia ser reflexo da graça concedida ao deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) no final de abril. Em resposta, afirmou que o país está polarizado à esquerda e direita.

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“Quando os dois candidatos fazem gestos às suas alas mais radicais, eles perdem espaço”, disse, citando discurso do petista contra a independência do Banco Central, a reforma trabalhista e privatizações.  Lira disse que, quando isso ocorreu, “o presidente Bolsonaro saiu tirando quatro, cinco pontos por mês nas pesquisas.”

Para Lira, quem vai decidir a disputa de outubro é o eleitor moderado. “Os brasileiros que querem previsibilidade e que vão escolher o que cada um representa. Com a polarização nesse nível no Brasil, os que ficam ao centro, que são os 33%, 34% de eleitores, é que vão decidir o que cada um representa.”

O deputado ponderou que ainda está cedo para ter alguma avaliação mais segura sobre as eleições e disse que muitos fatos ainda vão acontecer. “Não é fácil para qualquer país discutir eleição numa crise energética, inflacionária mundial, mas que aqui no ano de eleição ninguém quer saber”, defendeu.

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