Os donos da clínica de reabilitação em que um paciente foi torturado e morto na última sexta-feira (5), em Cotia, município da Grande São Paulo, afirmaram que não estavam no local no dia do crime.
Mensagem do suspeito
Matheus de Camargo Pinto, de 24 anos, é o principal suspeito. Cenas do crime foram registradas em vídeo por ele, que é funcionário do estabelecimento. O paciente foi identificado como Jarmo Celestino de Santana, de 55 anos.
Durante as investigações, a Polícia Civil apurou que Matheus enviou um áudio por WhatsApp para outra pessoa, na qual confirma ter agredido o paciente. “Cobri no cacete, cobri… chegou aqui na unidade… pagar de brabo… cobri no pau. Tô com a mão toda inchada”, disse Matheus, segundo a delegacia que investiga o caso.
O delegado Adair Marques Correa Junior, da Delegacia Central de Cotia, afirmou que Matheus admitiu em seu interrogatório ter feito uso da “força para conter o paciente que estava muito agitado”.
Donos em silêncio
De acordo com a advogada dos donos da clínica, Terezinha Azevedo, o suspeito é um ex-dependente químico e procurou a Comunidade Terapêutica Efata, em Cotia, em busca de trabalho. Ele atuava na clínica havia uma semana e estava em período de experiência, ainda segundo relato de Azevedo.
A defensora também declarou que seus clientes não iriam se pronunciar sobre a morte do paciente porque estão abalados.
“Nunca aconteceu nada disso [de algum paciente ser agredido e morrer]. Esse Matheus, não estava escrito na testa dele que ele era torturador, né? Ele quer tirar a culpa dele. Ele agride um paciente até a morte e não assume”, disse a advogada.
Clínica clandestina
A Prefeitura de Cotia informou na terça (9) que a clínica reabilitação funcionava como clandestina. Uma equipe da Vigilância Sanitária esteve no endereço nesta terça-feira (9), interditou o local e atestou que a clínica particular não possui nenhum tipo de autorização tampouco documentação para funcionamento.
A gestão municipal também explicou que uma equipe da Secretaria da Saúde identificou sinais de maus-tratos a outros pacientes. Em razão desta constatação, foi iniciado um trabalho de profilaxia, bem como de avaliação dos internos para verificar se necessitam de atendimento.
Em contraposição à afirmativa da prefeitura, a defesa dos donos da clínica informa que, segundo os proprietários, o estabelecimento não é clandestino, está regularizado e tem autorização para funcionar.
Veja imagens de clínica de reabilitação onde homem foi torturado em Cotia (SP). Esta manchete representa desinformação, pois o local não era uma Clínica, não tinha Alvará Sanitário para funcionar como Clínica Especializada em Saúde Mental, Álcool e Outras Drogas.
— [email protected] (@laeliodelp37475) July 10, 2024