A Polícia Federal no Pará investiga as circunstâncias da morte do líder indígena Tymbektodem Arara. Ele foi encontrado morto, supostamente, por afogamento em um rio que fica na Terra Indígena Cachoeira Seca, a 250 km de Altamira.
A morte intrigou a Polícia Federal por ter sido dias após ele ter ido à Organização das Nações Unidas (ONU), em Genebra, na Suíça, denunciar invasão de terras na TI Cachoeira Seca, onde vive a etnia Arara.
O líder indígena discursou durante a sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Tymbek era o linguista dos Arara.
Segundo uma pessoa que esteve próxima ao líder relatou ao site G1, o indígena recebeu áudios com ameaças de fazendeiros locais. “Tanto ele quanto o cacique receberam áudios, nenhum dizendo ‘Vou te matar’, mas ‘Ah, você está aí? Que bom que está defendendo sua terra’. ‘Vocês não têm medo?’, ‘O que estão fazendo aí?’ E eles ficavam dando perdido, dizendo que era para apresentar a cultura Arara”, disse a pessoa que o acompanhou na viagem.
Ao voltar ao Brasil, a Força Nacional fez a escolta do líder indígena desde o desembarque no Pará até a chegada na aldeia. Depois, os agentes foram embora. Há duas versões para a morte: uma diz que ele estava em um barco e se jogou por conta própria no rio para nadar. Depois, não teria voltado à superfície. Outra hipótese aponta que o indígena foi jogado do barco por ribeirinhos que o acompanhavam e, por estar bêbado, não conseguiu nadar.
A morte do líder indígena gerou grande comoção nas redes.
Tymbektodem Arara, PRESENTE! É com consternação que recebemos a notícia da morte de Tymbek – como era conhecido o líder do povo Arara -, na Terra Indígena Cachoeira Seca, PA. https://t.co/0eB0NXHzIw
— Anistia Internacional Brasil 🕯 (@anistiabrasil) October 31, 2023