"bandeira branca"

Kremlin diz que pedido do Papa Francisco para que Ucrânia negocie é “muito compreensível”

Já o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy afirmou que o pontífice estava se engajando em uma “mediação virtual”

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Kremlin diz que pedido do Papa Francisco para que Ucrânia negocie é “muito compreensível” -Crédito: Perfil.com

Nesta segunda-feira (11), o Kremlin comentou que o apelo do Papa Francisco para que a Ucrânia iniciasse negociações visando o término do conflito era “muito compreensível” e que a Rússia estava pronta para isso, mas que Kiev havia descartado a ideia devido à sua visão equivocada de que o Ocidente poderia derrotá-la.

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O Papa havia dito que a Ucrânia deveria ter o que ele chamou de coragem da “bandeira branca” para negociar o fim de um conflito que já matou dezenas de milhares de pessoas.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou que é compreensível o apoio do Papa às negociações e que o presidente Vladimir Putin expressou repetidamente a disposição da Rússia para negociar. Entretanto, a Ucrânia rejeitou essas propostas de forma contundente, conforme Peskov.

É perfeitamente compreensível que ele (o Papa) tenha falado a favor das negociações. Infelizmente, tanto as declarações do Papa quanto as repetidas declarações de outras partes, inclusive as nossas, receberam recentemente recusas absolutamente duras“, disse Peskov em coletiva de imprensa.

Segundo o porta-voz, a situação no campo de batalha mostra que as esperanças ocidentais de infligir uma “derrota estratégica à Rússia estão equivocadas. “Esse é o equívoco mais profundo, o erro mais profundo, e o curso dos acontecimentos, principalmente no campo de batalha, é a evidência mais clara disso“, afirmou.

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Enquanto a Rússia considera o conflito uma “operação militar especial” para sua segurança, Kiev e o Ocidente o consideram uma brutal guerra de conquista ao estilo colonial. Em resposta indireta ao Papa, o presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy afirmou que o pontífice estava se engajando em uma “mediação virtual“.

O ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, publicou no X que a pessoa forte em qualquer disputa “está do lado do bem, em vez de tentar colocá-los em pé de igualdade e chamar isso de ‘negociações’“. “Nossa bandeira é amarela e azul”, escreveu Kuleba, referindo-se à bandeira nacional ucraniana. “Esta é a bandeira pela qual vivemos, morremos e prevalecemos. Nunca levantaremos nenhuma outra bandeira“.

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* Matéria publicada com supervisão de Ricardo Parra.

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