A cada dia mais empresas desistem de operar na Rússia em meio às dificuldades comerciais e as críticas da opinião pública sobre a invasão russa na Ucrânia. No mercado da moda, a grife de luxo italiana Prada foi mais uma que entrou para a lista. A companhia anunciou a suspensão das vendas nas lojas no território russo.
“Nossa principal preocupação envolve nossos colegas e suas famílias, afetados pela tragédia na Ucrânia e aos quais continuaremos garantindo nosso apoio”, disse a empresa em nota publicada pela agência France Press.
Na mesma linha foi a marca de luxo LVMH, dona da Louis Vuitton, que anunciou o fechamento temporário das 124 lojas que tem na Rússia a partir deste domingo (6). “O grupo está ao lado dos seus 3.500 funcionários na Rússia e suas famílias”, disse o porta-voz à France Press.
A empresa também informou que vai doar 5 milhões de euros à Cruz Vermelha.
Ainda entre o mercado das grifes, a Chanel e Hermès anunciaram o fechamento temporário das lojas na Rússia e uma pausa em todas as atividades comerciais.
Zara fecha lojas na Rússia
A Inditex S.A., dona da Zara informou no sábado (5) que estava fechando todas as lojas no território russo. As vendas on-line também foram interrompidas, segundo a agência Reuters.
“Nas circunstâncias atuais, a Inditex não pode garantir a continuidade das operações e condições comerciais na Rússia e suspende temporariamente sua atividade”, diz a nota da empresa.
A concorrente da Zara, a H&M, também tomou a mesma medida.
Além das críticas dos consumidores contra a guerra, operar no mercado russo ficou difícil depois das sanções econômicas de vários países que visam inviabilizar o máximo de transações financeiras internacionais com os russos. Empresas também têm dificuldade de fazer o transporte de mercadorias, pois as companhias de seguro não querem cobrir eventuais danos aos navios. Assim, o transporte marítimo para levar ou trazer mercadorias da Rússia está praticamente paralisado.
Entenda a invasão da Rússia à Ucrânia
A Ucrânia foi invadida pela Rússia na quarta-feira (23). O exército russo avança pelas regiões da fronteira em direção às principais cidades ucranianas. Kiev e Kharkiv são os principais alvos das tropas russas.
O exército russo também ganha terreno no litoral e já conquistou pelo menos uma cidade portuária.
Um dos fatores que desencadeou o conflito foi a possibilidade da Ucrânia entrar na OTAN, aliança militar do Ocidente. O presidente russo Vladimir Putin não admite a possibilidade e exige que a Ucrânia se comprometa a nunca entrar na organização.
O líder russo também argumenta que está realizando uma “operação especial” para proteger os russos que vivem em território ucraniano. Ao mesmo tempo, Putin diz que a Ucrânia está sob controle estrangeiro e que não merece ser um país independente.