O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, cobrou nesta quarta-feira (29) o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para reduzir a taxa básica de juros (Selic). A declaração foi feita durante o anúncio de novas linhas de financiamento e crédito para empresários afetados pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
“Espero que o Banco Central veja a nossa disposição de reduzir a taxa de juros e colabore conosco, reduzindo a Selic, para que possamos oferecer empréstimos a taxas mais acessíveis”, afirmou Lula, encerrando seu discurso.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar a taxa básica de juros nesta quarta-feira (29) e pediu uma colaboração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, para que ela possa ser reduzida nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária).… pic.twitter.com/zzbacWV2ea
— Folha de S.Paulo (@folha) May 29, 2024
Financiamento para o Rio Grande do Sul
A declaração ocorreu devido às novas diretrizes anunciadas pelo Governo. Durante o evento no Palácio do Planalto, o presidente Lula assinou uma medida provisória que libera linhas de financiamento para empresas do Rio Grande do Sul, em resposta à tragédia climática que assola o estado desde abril.
Linhas de Financiamento Anunciadas
- Compra de Máquinas, Equipamentos e Serviços: Juros de 1% ao ano, acrescidos do spread bancário, com prazo de 60 meses e carência de um ano.
- Financiamento a Empreendimentos: Juros de 1% ao ano, acrescidos do spread bancário, com prazo de 120 meses e carência de dois anos.
- Capital de Giro Emergencial: Juros de 4% ao ano para micro, pequenas e médias empresas, e 6% ao ano para grandes empresas, mais o spread bancário. O prazo é de até 60 meses com carência de 12 meses.
As operações terão limites de R$ 300 milhões para a compra de máquinas e financiamento a empreendimentos. Para o capital de giro emergencial, o limite é de R$ 50 milhões para pequenas empresas e R$ 400 milhões para grandes empresas.
Apoio adicional e outras medidas
O Governo também autorizou um aporte adicional de R$ 600 milhões do Fundo Garantidor de Operações (FGO) para pequenos e médios produtores rurais. A secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, destacou que foram liberados R$ 310 milhões em ações de defesa civil para 207 municípios, dos quais R$ 176 milhões foram pagos nesta semana.
“O Governo está realizando um levantamento das necessidades de reconstrução de infraestrutura, como escolas e hospitais, nos municípios gaúchos”, informou Belchior.
O secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, afirmou que estão “chegando ao fim de um primeiro ciclo” da resposta federal à tragédia no Rio Grande do Sul. “A recuperação financeira do estado, municípios, empresas e pessoas está em pleno curso”, completou.
Compromisso com a Resposta a Desastres Climáticos
Lula enfatizou a mudança de paradigma na abordagem dos problemas climáticos no país. “Qualquer região que enfrentar problemas climáticos receberá tratamento especial. Estamos construindo um plano antecipado para tentar evitar que tragédias como esta aconteçam novamente”, afirmou o presidente.