substituição de Campos Neto

Quem é Gabriel Galípolo, indicado para presidir o BC?

Atual diretor de política monetária do Banco Central, ele é economista formado e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a indicação de Gabriel Galípolo como o novo presidente do Banco Central (BC).
Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do BC – Crédito: Pedro França/Agência Senado

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou a indicação de Gabriel Galípolo como o novo presidente do Banco Central (BC). Atualmente, Galípolo é o diretor de política monetária da instituição. Haddad ressaltou que os outros três diretores serão anunciados “oportunamente”. A nomeação de Galípolo já era esperada por muitos no mercado financeiro.

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A indicação ainda precisa ser aprovada pelo Senado. Se aprovada, Galípolo substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerrará em dezembro de 2024. Na ocasião, Galípolo declarou: “É uma honra, um prazer e uma responsabilidade imensa ser indicado. Sabemos que ainda depende da aprovação do Senado, mas é uma honra.”

Quem é Gabriel Galípolo?

Gabriel Muricca Galípolo, de 42 anos, é economista formado e mestre em Economia Política pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP). Durante seis anos, entre 2006 e 2012, ele lecionou nos cursos de graduação da instituição e, posteriormente, no MBA de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e Concessões da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP).

Com uma carreira acadêmica sólida, Galípolo também atua como pesquisador sênior no Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri). Sua trajetória na política começou em 2007, quando assumiu a chefia da Assessoria Econômica da Secretaria de Transportes Metropolitanos de São Paulo, durante a gestão de José Serra (PSDB). No ano seguinte, ele se tornou diretor da Unidade de Estruturação de Projetos da Secretaria de Economia e Planejamento do Estado.

Entre 2017 e 2021, Galípolo presidiu o banco Fator, uma instituição especializada em parcerias público-privadas e privatizações. Sob sua liderança, o banco conduziu os estudos que deram início ao processo de privatização da Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) em 2018. Em 2021, o banco Fator, junto com o BNDES, liderou o leilão da estatal, que resultou na venda de três dos quatro blocos ofertados, arrecadando R$ 22,6 bilhões.

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Como funciona a sabatina no Senado?

Os nomes indicados à presidência do Banco Central devem passar por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Esta etapa é fundamental para que os candidatos possam ser avaliados e aprovados ou rejeitados pelos senadores. Haddad mencionou que “sabatina é atribuição do Senado, cabe a eles marcar, mas quero crer que Lula está sintonizado com os presidentes sobre a importância dessa indicação.”

O presidente da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, Vanderlan Cardoso (PSD-GO), afirmou que ainda não foi procurado pelo governo para discutir a sabatina dos indicados ao Banco Central. Ele descartou realizar o processo com pressa.

Em entrevista a jornalistas, Cardoso acrescentou: “Se até agora não foi comunicado nada, é porque não está tendo pressa. Não vejo motivo também para sair de uma hora para outra e querer sabatinar de qualquer maneira.”

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Possíveis mudanças na política monetária

A possível substituição de Roberto Campos Neto no comando do Banco Central pode sinalizar novas diretrizes para a política monetária brasileira, influenciando diretamente a taxa de juros e o controle da inflação.

A transição poderá provocar tanto expectativas de estabilidade quanto incertezas no mercado financeiro, dependendo da confiança depositada na nova gestão. A nomeação de Galípolo, caso se confirme, pode também indicar um maior alinhamento com as políticas do governo Lula, reforçando a relação entre o Banco Central e o Executivo.

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