
Estados como Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul estão sofrendo com fortes ondas de calor e secas. As lavouras da região deixaram um prejuízo de R$ 45,3 bilhões ao agronegócio brasileiro. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), cidades como Uruguaiana (RS) e Bagé (RS) registraram temperaturas acima de 36ºC nesta quarta-feira (12).
A soja e o milho, que são os principais grãos da exportação brasileira, são as culturas mais atingidas pela estiagem. Segundo dados da Federação das Cooperativas Agropecuárias do Estado do Rio Grande do Sul (Feco-Agro), as perdas da região gaúcha chegam a R$ 19,7 bilhões. Já no Paraná, o prejuízo é estimado em R$ 22,5 bilhões, enquanto Santa Catarina já perdeu R$ 1,5 bilhão. No Mato Grosso do Sul, apenas a quebra na soja já custou R$ 1,6 bilhão, mas o cenário pode se agravar.
Segundo a Defesa Civil, até ontem (12), 200 municípios gaúchos e as 79 cidades sul-mato-grossenses decretaram situação de emergência devido à seca. Os produtores rurais estão pedindo linhas de crédito sem juros e a rolagem de dívidas. A ministra da Agricultura e Pecuária, Tereza Cristina, esteve em Santo Ângelo, no noroeste gaúcho, para verificar de perto a situação das lavouras.
O economista André Braz, do Ibre/FGV, afirma que esses eventos climáticos extremos devem contribuir para o aumento da inflação neste início de ano. “Esse calor extremo no Sul pode afetar as lavouras de ciclo mais longo, o que pode diminuir a contribuição da agricultura para conter a inflação de 2022. À medida que esse fenômeno persistir, o saldo pode ser preços mais altos para alguns alimentos básicos e isso pode gerar um problema maior para conter o avanço da inflação deste ano.”
A estimativa de produtividade das lavouras de soja foi revista de 56,38 sacas por hectare para 53,69 hectares. A previsão representa retração de 14,56% em relação à safra prevista, o que equivale a 1,04 milhão de toneladas.
A agenda de hoje começou em Cascavel. O Paraná é um dos estados mais afetados pela estiagem. Além de visitar as lavouras, conversei com produtores e lideranças no Sindicato Rural. Sabemos que o #agro não pode parar. Tem tempo para plantar e colher. Estamos buscando alternativas. pic.twitter.com/MpMSbdQKSD
— Tereza Cristina (@TerezaCrisMS) January 13, 2022