Um tiro no rosto aos 12 anos mudou a vida de Elielton Lira. Mas justamente quando ele pensou que sua vida havia acabado, acabou passando por uma espécie de renascimento. Uma jornada que pode ser dividida em dois momentos opostos. Do mundo do crime e do vício em drogas à medalha de prata conquistada neste domingo (19.11) nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile. A vida do amazonense de 27 anos é a prova do poder transformador do esporte.
Tudo começou aos 12 anos, quando ele foi atingido por um tiro no rosto enquanto dormia na casa de uma amiga em Manaus. O tiro, por acerto de contas, o deixou cego. Foi um ponto de virada que poderia ter sido o fim, mas que se tornou o começo de uma nova vida. “Eu vim do fundo do poço”, recordou.
Elielton encontrou a ressurreição no esporte, inicialmente no jiu-jítsu. Depois, recebeu um convite para o judô paralímpico, esporte que não apenas despertou a paixão de Elielton, mas o salvou dos vícios e da criminalidade.
“Quando conheci o judô, eu estava com 19 anos. Peguei gosto pelo esporte rapidamente e fui largando os vícios. Daí para frente, só pensava no esporte”, disse, acrescentando que hoje o esporte é a sua prioridade.
O pódio em Santiago marcou a estreia do atleta em Jogos Parapan-Americanos. Na final da categoria até 60kg J1/J2, ele enfrentou o compatriota Thiego Marques, que conquistou a medalha de ouro.
“A experiência no Parapan foi incrível, ainda mais disputando a final com o meu parceiro de treinamento. Treino com o Thiego de segunda a sábado, todas as semanas. Então, o resultado aqui mostra que estamos no caminho certo rumo a Paris 2024”, revelou.
Mudança
“Hoje, eu vivo exclusivamente do esporte e estou conhecendo o mundo, podendo trazer excelentes resultados internacionais para o país. Isso se deve ao Bolsa Atleta, que mudou completamente minha vida financeira”, agradeceu.
Atualmente, Elielton recebe o benefício da Bolsa Pódio. O suporte do Governo Federal garante o valor de R$ 15 mil por mês durante 12 meses, permitindo que ele mantenha o foco no esporte, garantindo melhores condições de treinamento e viagens para as competições internacionais.
“Se você estiver enfrentando problemas de vício ou depressão, procure o esporte. Apegue-se a alguma modalidade, pois ela pode ser a luz no fim do túnel. Se mudou a minha vida, pode mudar a vida de outras pessoas”, concluiu o bolsista.
Assessoria de Comunicação – Ministério do Esporte