A equipe feminina de goalball do Brasil vai disputar os Jogos Paralímpicos de Paris 2024. A Seleção ganhou a vaga por meio de convite da IBSA (sigla em inglês para a Federação Internacional de Esporte para Cegos) feito para a Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais (CBDV).
O Campeonato Africano, em que participaram Argélia, Egito e Gana, foi anulado em relação a vaga nos Jogos, pois o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) considera válidos apenas eventos com no mínimo quatro equipes. Como o torneio não cumpriu os critérios básicos, o convite acabou vindo para o Brasil. Isso porque a Seleção foi bronze nos últimos Jogos Mundiais, que aconteceram em agosto de 2023, em Birmingham, na Inglaterra. Na ocasião, a China foi a campeã e o Japão vice, e os dois já conquistaram a vaga paralímpica.
“Gostaria de registrar a felicidade das meninas quando eu dei a notícia. Todas ficaram chorando, vibrando, comemorando. Foi emocionante de ver. E agora mudam as perspectivas do nosso trabalho”, festejou o treinador Alessandro Tosim. Ele ainda fala sobre a nova preparação das atletas. “O que se estava pensando para cinco, seis anos, passou a ser cinco meses. Temos de trabalhar arduamente. O grupo já está com pensamentos e propostas diferentes e vêm apresentando uma grande evolução. Deixei claro para elas que já tive o privilégio de disputar três Paralimpíadas e ganhar três medalhas. Não vou ficar de fora do pódio desta também”, disse.
As atletas estão concentradas em São Paulo para a fase de treinamentos. Neste primeiro momento, onze foram convocadas, dentre as quais cinco são beneficiárias do Bolsa Atleta: Danielle Longhini, Geovana Moura, Jéssica Vitorino, Kátia Silva e Moniza Lima.
Com a confirmação oficial da IBSA, o Brasil estará presente nas duas categorias nas Paralimpíadas, pois os homens já estão garantidos por conta do título mundial conquistado em 2022.
Ala da Seleção Brasileira, Danielle Longhini, de 22 anos, recebe a Bolsa Atleta da categoria Internacional. Ela foi bronze no Parapan de Santiago e bronze nos Jogos Mundiais da IBSA. Para a jogadora, o sonho das Paralimpíadas está apenas começando. “Ainda parece mentira, a ficha ainda não caiu. Toda menina que joga goalball esperava ver a Seleção em Paris, e este sonho tinha ido por água abaixo. Eu nunca desisti, ficava aqui pensando que iria a Paris, não importava como. Para mim, foi um dos maiores sonhos realizados. Agora, vou buscar minha vaga dentro do grupo que estará representando o Brasil e a medalha”.
A Seleção feminina não fica fora de uma edição de Jogos desde Atenas 2004, e, agora, vai em busca da primeira medalha da história em Paralimpíadas entre as mulheres na modalidade. Além do Brasil, China, Egito, Estados Unidos, França, Irã, Japão e Ucrânia estão classificados.
*Fonte: Ministério do Esporte