Nesta sexta-feira (1º), o Ministério das Relações Internacionais do Brasil divulgou um comunicado oficial condenando a crise humanitária em Gaza e aos ataques a palestinos feitos por Israel durante distribuição de comida e itens básicos, que deixou 100 pessoas mortas.
“O governo Netanyahu volta a mostrar, por ações e declarações, que a ação militar em Gaza não tem qualquer limite ético ou legal. E cabe à comunidade internacional dar um basta para, somente assim, evitar novas atrocidades. A cada dia de hesitação, mais inocentes morrerão“, diz a nota divulgada pelo governo brasileiro.
O Itamaraty também classificou o evento como “intolerável”.
Os ataques
De acordo com relatos anônimos feito por palestinos, eles estavam em volta de um caminhão de comboio, que estava carregado com doações, quando tropas israelenses abriram fogo. Foram 112 mortos e 760 pessoas ficaram feridas, segundo o Ministério da Saúde do Hamas.
Num primeiro momento, as Forças de Israel negaram os ataques e atrelaram as mortes a pisoteamentos e brigas. Depois, o porta-voz Daniel Hagari disse que foram feitos “disparos de aviso“, porém seguiu negando os disparos contra a multidão.
Declarações do Governo brasileiro
A nota divulgada pelo Itamaraty afirma que “mais de 100 pessoas foram mortas e mais de 750 feridas por tiros, pisoteio ou atropelamento“, sem fazer comentários sobre a divergência nas versões palestina e israelense.
“As aglomerações em torno dos caminhões que transportavam a ajuda humanitária demonstram a situação desesperadora a que está submetida a população civil da Faixa de Gaza e as dificuldades para obtenção de alimentos no território“, afirma o Brasil.
Em sequência, o ministério faz duras críticas ao primeiro ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, além de aclamar pelo posicionamento da comunidade internacional para impedir “novas atrocidades” em Gaza.
Em fevereiro, o presidente Lula já havia exposto sua opinião contrária aos ataques aos palestinos, em viagem à Etiópia. “O que está acontecendo na Faixa de Gaza e com o povo palestino não existe em nenhum outro momento histórico. Aliás, existiu: quando Hitler resolveu matar os judeus“, afirmou em discurso.
A fala foi criticada pelo governo israelense, que exigia desculpas, mas Lula não recuou. Em entrevista mais recente, o presidente negou ter comparado as duas situações, mas afirmou não divergir de opinião sobre Netanyahu e a situação em Gaza.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini