Uma rave realizada num deserto localizado no sul de Israel virou cenário de guerra após o ataque surpresa do grupo Hamas contra Israel. Era o festival “Universo Paralello”, que acontecia no deserto de Negev, perto da turbulenta Faixa de Gaza. O que seria um momento de diversão rapidamente se transformou em um longo pesadelo quando os ataques se iniciaram.
Armados, integrantes do grupo Hamas passaram a atirar contra as pessoas. Vídeos que agora viralizam nas redes sociais mostram inúmeras correndo em desespero.
De acordo com o Zaka, serviço de resgate de Israel, ao menos 260 corpos foram encontrados no local onde ocorria o festival de música. Ao mesmo tempo, o Itamaraty informou que três brasileiros que se encontravam no festival desapareceram.
Os ataques
Um dos brasileiros que sobreviveu aos ataques no local se chama Rafael Birman. Em entrevista à GloboNews, ele explicou que por volta das 6 da manhã começaram as primeiras explosões. Na sequência, a música foi interrompida.
“Chegamos por volta das 2 horas, 3 horas da manhã. Por volta das 6h, ouvimos as primeiras explosões. A produção rapidamente parou a música e as pessoas começaram a correr buscando o abrigo”, relembrou ele.
Já Ortel, outra participante do evento, disse que notou algo de errado quando ouviu os sons de sirene. Era um alerta de mísseis. Ao Canal 12, de Israel, ela também disse que os militantes passaram a atirar.
“Desligaram a eletricidade e, de repente, do nada, eles [do Hamas] entraram atirando, disparando em todas as direções”, disse ela.
No momento em que as pessoas passaram a fugir, os integrantes do Hamas estavam em jipes, repletos de militantes, que atiravam sem parar. Por sorte, Ortel conseguiu se esconder num arbusto.
“Eles dispararam rajadas e chegamos a um ponto em que todos pararam seus veículos e começaram a correr. Eu me escondi em uma árvore, um arbusto, e eles simplesmente começaram a atirar nas pessoas. Eu vi muitas pessoas feridas sendo jogadas e observava tentando entender o que estava acontecendo.”
Cenário de guerra
Já Rafael conseguiu pegar o carro e fugir com amigos. Ele relembrou quando notou que havia algo além dos mísseis. Felizmente, Rafael conseguiu abrigo num bunker até que a situação fosse normalizada.
“Vimos uma menina gritando ‘terrorista, terrorista’, falando para as pessoas irem em direção ao sul. Ela estava ensanguentada, nesse momento as pessoas começaram a entender que era algo além dos mísseis e que algo mais grave estava acontecendo”, disse ele.
Esther Borochov também conseguiu escapar da festa que virou cenário de guerra. Em entrevista à Reuters, ela disse que se passou por morta em um carro. O motorista tentou socorrer, entretanto, foi baleado e faleceu.
“Eu não conseguia mexer minhas pernas”, afirmou ela. “Os soldados vieram e nos levaram para os arbustos.”
Juarez Petrillo, pai do DJ Alok, se encontrava no festival e publicou um vídeo no qual é possível visualizar a fumaça no céu e as pessoas intrigadas durante o evento.
“Estou em choque até agora! E as bombas não param de explodir… depois conto mais detalhes”, publicou Juarez nas redes sociais. No último domingo, Alok informou que o pai está bem em um bunker e aguarda para retornar ao país.
Mar de corpos
O local logo se transformou em um mar de corpos. Em relato à Kan News, Yaniv, socorrista, disse ter se deparado com, ao menos, 200 corpos no local.
“Foi um massacre”, afirmou ele. “Nunca vi nada parecido na minha vida. Foi uma emboscada planejada.”
Adam Barel, que também participou do evento, disse ao Haaretz que o festival, por ser realizado próximo a Faixa de Gaza, representava um risco pelo possível lançamento de mísseis, entretanto, as pessoas não esperavam pelo ataque com tiros.