possível sucessor

Entenda quem pode substituir líder político do Hamas morto em explosão

Khaled Meshaal é forte candidato ao posto; ele já sofreu uma tentativa de envenenamento de Israel em 1997, na Jordânia

Khaled Meshaal está sendo considerado para assumir a liderança do Hamas após a morte de Ismail Haniyeh, cujo assassinato agitou tensões.
Khaled Meshaa – Crédito: Getty Images

Khaled Meshaal está sendo considerado para assumir a liderança do Hamas após a morte de Ismail Haniyeh, cujo assassinato no Irã agitou as tensões na região. Meshaal, que já foi alvo de uma tentativa de assassinato por agentes israelenses em 1997 em Amã, pode ser o próximo a comandar o grupo militante palestino, segundo fontes internas do Hamas consultadas pela CNN.

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O incidente de 1997, onde Meshaal foi envenenado e posteriormente salvo pela intervenção do rei Hussein da Jordânia, que exigiu um antídoto de Israel, marca um ponto crítico nas relações entre Israel e Jordânia. Israel cumpriu a demanda, liberando também o líder do Hamas, Sheikh Ahmed Yassin, que mais tarde seria assassinado por forças israelenses.

O Hamas, frequentemente visto por Israel e países ocidentais como uma organização terrorista devido aos seus ataques suicidas e confrontos diretos com Israel, é considerado por muitos palestinos como um movimento de resistência contra a ocupação israelense. Essa percepção sustenta a liderança de Meshaal e outros no grupo.

Além de ser um possível sucessor de Haniyeh, Meshaal tem sido uma presença constante nas discussões internacionais, defendendo os interesses do Hamas no cenário global, apesar das restrições de viagem que afetam outros líderes do grupo. A complexidade de suas relações com o Irã, após seu apoio à revolta sunita em 2011, ilustra os desafios que enfrenta ao navegar na política do Oriente Médio, mantendo ao mesmo tempo alianças estratégicas vitais.

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Trajetória de Meshaal na liderança do Hamas

Khaled Meshaal passou grande parte de sua vida longe dos territórios palestinos, tendo nascido em Silwad, perto de Ramallah, na Cisjordânia. Ainda jovem, mudou-se com a família para o Kuwait, onde começou a se envolver com a Irmandade Muçulmana aos 15 anos. Esse grupo teve um papel crucial na formação do Hamas durante a primeira intifada contra a ocupação israelense no final dos anos 1980.

Antes de se dedicar inteiramente ao Hamas, Meshaal foi professor e mais tarde se destacou no financiamento internacional do grupo enquanto vivia na Jordânia. A tentativa de assassinato por agentes do Mossad em 1997, ordenada por Benjamin Netanyahu em resposta a um ataque em Jerusalém, elevou Meshaal ao status de ícone da resistência palestina. Após o incidente, que forçou Netanyahu a fornecer o antídoto para o veneno, a Jordânia fechou as instalações do Hamas e expulsou Meshaal, que mais tarde se estabeleceu no Catar e, por um tempo, na Síria.

A partir de 2004, liderou o Hamas desde Damasco até 2012, quando a repressão a sunitas na Síria por Bashar al-Assad o fez mudar-se. Essa mudança enfraqueceu temporariamente sua posição dentro do Hamas devido à perda de apoio de Damasco e Teerã, fortalecendo as facções de Gaza.

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Em 2012, Meshaal visitou Gaza pela primeira vez desde sua juventude, discursando no aniversário de 25 anos do Hamas. No entanto, desentendimentos sobre tentativas de reconciliação com a Autoridade Palestina causaram tensões internas, levando-o a anunciar que deixaria a liderança em 2017, sendo sucedido por Haniyeh. Recentemente, em 2021, Meshaal foi eleito para liderar o escritório do Hamas na diáspora palestina.

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