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Essequibo: Guiana diz que não permitirá anexação anunciada por Maduro

Venezuela e Guiana disputam o território há mais de 100 anos; decisão de Maduro gera tensões na América Latina

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Governo guianês reage à decisão de Maduro sobre região de Essequibo – Créditos: Reprodução/Governo da Venezuela

O governo da Guiana respondeu ao anúncio de Nicolás Maduro sobre a criação de uma província venezuelana em Essequibo – território internacionalmente reconhecido como guianês. A região, cujo tamanho é parecido com o do estado do Ceará, representa dois terços do país e é rica em petróleo.

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Nesta quinta-feira (4), o presidente Irfaan Ali emitiu uma declaração oficial, descrevendo a lei promulgada pelo presidente venezuelano como um ato ilegal. “A tentativa da Venezuela de anexar mais de dois terços do território soberano da Guiana e torná-los parte da Venezuela é uma violação flagrante dos princípios mais fundamentais do direito internacional”, escreveu. A carta foi assinada pelo Ministério das Relações Exteriores.

A lei sancionada por Maduro foi debatida pela Assembleia Nacional da Venezuela ainda no final do ano passado. Um dos artigos do texto proíbe que pessoas a favor do governo da Guiana ocupem cargos públicos, impedindo o acesso de mentalidades contrárias à política. Na época, 95% dos participantes votaram a favor da anexação em um referendo. Menos de metade da população foi convocada para a consulta.

Em dezembro de 2023, Ali e Maduro chegaram a se encontrar, e os líderes concordaram que não usariam a força na disputa por Essequibo.

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No comunicado do governo da Guiana, o presidente alerta que “não permitirá a anexação, apreensão ou ocupação de qualquer parte do seu território soberano”. O aviso vale para todos os vizinhos: da Venezuela aos países latino-americanos e caribenhos. O secretário-geral da Nações Unidas e o secretário-geral da Organização dos Estados Americanos também foram mencionados no recado.

“É lamentável que o compromisso assumido em Argyle com “a busca da boa vizinhança, da coexistência pacífica e da unidade da América Latina e do Caribe” esteja agora novamente seriamente ameaçado pelas palavras e ações do presidente Maduro”, finaliza.

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