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Guerra contra a Rússia: estaria o apoio mundial à Ucrânia diminuindo?

Segundo especialistas, há uma preocupação de que a “fadiga da Ucrânia” esteja se instalando entre os aliados

Aontecimentos inspiraram rumores sobre uma mudança global no sentimento de apoio à Ucrânia enquanto a guerra avança.
(Crédito: Divulgação/President of Ukraine Official Website)

No último domingo (1º), o antigo primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, um populista de esquerda, venceu as eleições parlamentares com o seu partido SMER-SSD, tendo feito campanha com a promessa de retirar o apoio militar à Ucrânia e parar de impor sanções à Rússia.

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Isso enviou um sinal preocupante a Kiev, que nas últimas semanas tem discutido com um dos seus mais fiéis aliados, a Polônia, a respeito da questão das importações de cereais da Ucrânia, enquanto observa os legisladores republicanos dos Estados Unidos ameaçarem anular um novo acordo de ajuda.

Conforme informações da emissora Al Jazeera, esses acontecimentos inspiraram rumores sobre uma mudança global no sentimento de apoio à Ucrânia enquanto a guerra avança, mais de um ano e meio depois de ter começado.

Segundo Teona Lavrelashvili, analista do Centro Político Europeu, os acontecimentos poderiam sinalizar que vários aliados estão prontos para uma “solução pragmática” para o fim da guerra. Mas o governo ucraniano ficará “preocupado, mas não em pânico” com a sensação crescente de que alguns aliados tradicionais “não estão mais de acordo”, ponderou Sean Hanley, professor associado de Política Comparada da Europa Central e Oriental na University College London.

Hanley avaliou que a Ucrânia provavelmente estará preocupada com a mudança de lado da Eslováquia porque sinaliza que a “fadiga da Ucrânia” está se instalando entre os aliados. Os receios de que a ajuda militar da Eslováquia talvez seja cortada são menos preocupantes. Mesmo assim, o sentimento pró-Rússia na política eslovaca, disse o professor, não é tão difundido como em países como a Sérvia ou a Bulgária.

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Em vez disso, vemos mais visões “céticas em relação à Ucrânia”, que dão prioridade aos interesses nacionais sobre as causas internacionais, à medida que as tendências populistas e iliberais desafiam “a ideia de que é preciso imitar o Ocidente”.

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