Milhares de manifestantes em Budapeste exigiram a renúncia do primeiro-ministro Viktor Orbán. O protesto ocorreu nesta terça-feira (27), após um ex-membro do governo acusar um assessor sênior do premiê de interferência em um caso de corrupção.
Líder do partido conservador Fidesz, Orbán enfrenta crescente pressão política. Ele está no poder desde 2010 e seu governo é considerado autocrático.
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Recentemente, Peter Magyar, um advogado anteriormente ligado ao governo, revelou uma gravação na qual a ex-ministra da Justiça, Judit Varga, detalha tentativas de interferência em um caso de corrupção envolvendo o ex-secretário do Ministério da Justiça, Pal Volner, e do jurista Gyorgy Schadl.
A crise no governo húngaro também ocorre em meio a um escândalo de abuso sexual que atingiu dois dos aliados políticos de Orbán – o antigo presidente e Varga – no mês passado.
Orbán é aliado de Bolsonaro
O líder húngaro é uma autoridade próxima do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em 2022, quando esteve na Hungria, o ex-presidente brasileiro chegou a chamá-lo de “irmão”.
Orbán esteve em evidência no Brasil nos últimos dias após uma reportagem do The New York Times evidenciar a estadia de Bolsonaro na embaixada húngara, em Brasília. O ex-presidente passou duas noites no local, logo após a Polícia Federal (PF) apreender seu passaporte em investigação que apura suposto golpe de Estado.
O jornal norte-americano sugere que Bolsonaro tentou fugir da Justiça, uma vez que ele não poderia ser preso em uma embaixada estrangeira pois está legalmente fora do alcance das autoridades nacionais.
A PF está apurando as circunstâncias da hospedagem para verificar se houve alguma violação das restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
*Sob supervisão de Lilian Coelho