MEIO AMBIENTE

Ilha no Caribe é esvaziada devido a aumento no nível do mar

Moradores da ilha são os primeiros de 63 comunidades ao longo do Caribe que autoridades e cientistas preveem que serão forçados a se mudar

Moradores da ilha são os primeiros de 63 comunidades ao longo do Caribe que autoridades e cientistas preveem que serão forçados a se mudar.
Ilha de Gardi Sugdub pode ficar completamente submersa pelo aumento no nível do mar – Créditos: Reprodução/ Instagram

Famílias da ilha de Gardi Sugdub, no arquipélago de San Blas, no Panamá, foram obrigados a saírem de suas casas devido ao aumento do nível do mar. Eles foram realocadas em 300 novas casas na cidade de Isberyala e tiveram suas vidas alteradas pelas mudanças climáticas.

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A cada ano, as típicas tempestades do final de ano se tornam mais fortes, isso por conta do maior volume de água nos oceanos e seu aquecimento. Em novembro e dezembro do ano passado, as chuvas foram tão fortes que encheu as ruas e invadiu a maior parte das casas.

Os moradores, da etnia indígena Guna, são os primeiros de 63 comunidades ao longo da costa do Caribe que autoridades e cientistas preveem que serão forçados a se mudar devido aumento do nível do mar. Confira registro feito pelo governo do Panamá da situação:

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Moradores da ilha têm opiniões divergentes sobre a retirada

A maior parte das pessoas optou por sair da ilha, porém a retirada não foi obrigatória. Sete ou oito famílias, cerca de 200 pessoas, escolheram permanecer em Gardi Sugdub por enquanto. Umas destas famílias foi a de Augencio Arango, de 49 anos. Em entrevista à agência Associated Press, ele disse que prefere ficar na ilha porque é mais relaxante.

Honestamente, não sei por que as pessoas querem morar lá”, disse. “É como morar na cidade, trancado e não dá para sair, e as casas são pequenas.” Para poder permanecer, porém, eles precisaram construir casas de dois andares, pois a água acaba invadindo as moradias.

Para Arango, as pessoas são responsáveis pelo que acontece na ilha. “O homem é quem prejudica a natureza. Agora eles querem derrubar todas as árvores para construir casas em terra firme”, afirmou.

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Augusto Walter, de 73 anos, foi um dos moradores que escolheu se mudar e logo percebeu a diferença do clima, causada pelo aquecimento global. “Aqui é mais fresco. Lá a essa hora do dia está um forno”, contou.

Ernesto López tem 69 e também se mudou da ilha com sua esposa e mais dois parentes. Ele, que é um líder guna, afirmou que faz mais sentido não estar mais em Gardi Sugdub. “Estávamos realmente espremidos em casas com muita gente. Não cabíamos mais, e o mar chegava todo ano”, opinou.

A maior parte das famílias que chegou em Isberyala não teve acesso a eletricidade e nem água. O governo, que cuidou da construção das casas, disse que haveria eletricidade disponível na cidade, porém cada família teve que abrir a própria conta. A primeira noite de López foi iluminada por uma lanterna e queimadores de gás, que sua família trouxe da ilha.

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Também como a maioria, ele nunca imaginou que abandonaria a ilha completamente, uma vez que gerações já haviam passado a vida toda em Gardi Sugdub.

*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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