ACUSADO DE TRAIÇÃO

Jogador do Irã é condenado à morte por protestar a favor das mulheres

Amir Nasr-Azadani foi preso no final de novembro. Sindicato dos jogadores de futebol se diz “chocado”.

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(Crédito: Reprodução/ Twitter)

O jogador iraniano Amir Nasr-Azadani foi condenado à morte depois de participar de uma manifestação a favor dos direitos das mulheres no Irã. O protesto, que contestava a morte da jovem Mahsa Amini, acabou com três policiais mortos.

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Azadani está entre nove acusados da morte dos oficiais no evento, que aconteceu no dia 25 de novembro. O atleta de 26 anos foi detido dois dias depois da manifestação. Ele é acusado, também, de participar de um “grupo armado e organizado que tem a intenção de atacar a República Islâmica do Irã”.

Várias personalidades do futebol árabe se posicionaram pedindo a liberação do atleta, incluindo o ex-jogador do Bayern de Munique e da seleção iraniana Ali Karimi. O FIFPro, sindicado dos jogadores profissionais de futebol, emitiu um comunicado em que se diz “chocado” com as notícias e exige a anulação da sentença.

Jogador do Iranjavan FC, do Irã, Amir Nasr-Azadani se profissionalizou em 2015 e tem no currículo passagens por outros três clubes do futebol iraniano.

Entenda os protestos no país:

O Irã vive a maior onda de protestos no país desde 2009: milhares de pessoas estão nas ruas pelos direitos das mulheres iranianas. O estopim foi a prisão e morte de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos, acusada de infringir o rígido código de vestimenta para mulheres por deixar uma mecha do cabelo aparecer.

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Mahsa foi detida na capital Teerã no dia 13 de setembro. A polícia afirma que ela sofreu um infarto e não resistiu, porém, há denúncias que a jovem teria sido atingida propositalmente na cabeça por um cassetete. Imagens da jovem desfalecendo na unidade policial foram divulgadas e revoltaram a população. A jovem ficou em coma, mas não resistiu.

O primeiro grande protesto aconteceu após o funeral de Mahsa, na cidade de Saqqez, no oeste do Irã. Nos protestos, as mulheres assumiram e ainda assumem grande protagonismo. Com o passar do tempo, as manifestações tomaram proporções gigantescas. O que começou por uma demanda de justiça por Mahsa e o direito das mulheres agora atinge novas exigências por mais liberdade.

Recentemente, o governo iraniano autorizou que manifestantes sejam condenados à pena de morte. A primeira pessoa a receber a punição não teve seu nome divulgado, mas no último dia 14 de novembro, foi punida por “perturbar a ordem e a paz da comunidade e cometer um crime contra a segurança nacional”.

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