Antes da execução, a prisioneira falou com um conselheiro espiritual, enquanto a dose de pentobarbital era injetada. A prisioneira respirou algumas vezes, fechou os olhos e foi declarada morta alguns minutos depois. “Sinto muito pelo que fiz, eu sou uma pessoa carinhosa.”, disse McLaughlin em uma declaração final por escrito.
O crime
Em 2003, antes de fazer a transição de gênero, McLaughlin teve um relacionamento com Beverly Guenther, de 45 anos. Depois do fim do namoro, McLaughlin costumava aparecer no escritóriode St. Louis onde Guenther trabalhava, de acordo com os registros ela conseguiu uma ordem de restrição com escolta policial.
Os vizinhos de Guenther chamaram a polícia na noite de 20 de novembro de 2003, quando ela não voltou para casa. Os policiais foram ao prédio comercial, onde encontraram um cabo de faca quebrado perto do carro dela e um rastro de sangue.
Um dia depois, McLaughlin conduziu a polícia a um local perto do rio Mississippi em St. Louis, onde o corpo havia sido desovado. As autoridades disseram que ela foi estuprada e esfaqueada várias vezes com uma faca de carne.
McLaughlin foi condenada por assassinato em primeiro grau em 2006 e condenada à morte em 2021.
Pena de Morte
Nos Estados Unidos, a pena de morte é permitida por lei. Um banco de dados mostra que 1.558 pessoas já foram executadas desde que a pena de morte foi restabelecida no país, na década de 1970. Destes, apenas 17 condenados eram mulheres.
Segundo o Escritório de Estatísticas da Justiça dos EUA, atualmente há 3.200 detentos transgêneros nas prisões e cadeias do país. McLaughlin havia feito a transição de gênero há cerca de três anos na prisão estadual de Potosi.
Em sua petição de clemência citou uma infância traumática com abusos psicólogicos de seu pai adotivo e também problemas de saúde mental. Ele citou ainda uma depressão severa que resultou em várias tentativas de suicídio, tanto na infância quanto na idade adulta.
A petição também incluía relatórios citando um diagnóstico de disforia de gênero, uma condição que causa angústia e outros sintomas como resultado de uma disparidade entre a identidade de gênero de uma pessoa e seu sexo atribuído no nascimento. De acordo com o advogado, Larry Komp, que representou McLaughlin, a identidade sexual de McLaughlin “não era o foco principal” do pedido de clemência.
A única mulher executada no Missouri foi Bonnie B. Heady, condenada à morte em 18 de dezembro de 1953 por sequestrar e matar uma criança de 6 anos. Ela foi executado na câmara de gás, ao lado de outro sequestrador e assassino, Carl Austin Hall.
Nos Estados Unidos, 18 pessoas foram executadas em 2022, incluindo duas no Missouri. Kevin Johnson foi condenado à morte em novembro pelo assassinato emboscado de um policial de Kirkwood. Já Carman Deck foi executado em maio por matar James e Zelma Long durante um assalto em sua casa em De Soto.
Outro preso do Missouri, Leonard Taylor, está programado para morrer em 7 de fevereiro por matar sua namorada e seus três filhos pequenos.