
A Fundação Nelson Mandela divulgou um comunicado nesta quinta-feira (8) sobre a morte da Rainha Elizabeth II, prestando condolências à família real e relembrando a íntima amizade que os dois nutriam. “Mandela era um anglófilo e, nos anos que se seguiram após ser libertado da prisão, cultivou uma relação próxima com a Rainha”, disse a fundação.
O líder político recebeu Elizabeth em ida a África do Sul em 1995 e a visitou em Londres um ano antes, em 1994, quando a rainha levou Nelson Mandela para acompanhá-la numa cerimônia.
Segundo a fundação, Mandela e Elizabeth conversavam frequentemente pelo telefone, chegando a chamarem um ao outro apenas pelo primeiro nome num sinal de afeto. A proximidade era tamanha que o líder africano tinha um apelido próprio para a rainha: Motlalepula, que se traduz para “aquilo que vem com a chuva”. Na explicação do próprio Mandela, o apelido veio porque a visita da Rainha coincidiu com enormes chuvas no país, que passava por uma forte seca na época.
Amigos próximos relatam que sempre que perguntado se ele tinha conhecido a rainha da Inglaterra, Nelson Mandela respondia contando alguma anedota de seus encontros e conversas com Elizabeth.
A África do Sul passou anos afastada do Reino Unido e seus aliados durante o período do apartheid, portanto, era importante para Mandela aproximar-se do antigo país colonizador e, principalmente, retornar à Commonwealth. Ele acreditava em manter uma relação cordial e produtiva com a Inglaterra.
A Fundação Nelson Mandela foi criada pelo próprio ex-presidente da África do Sul em 1999. Ele se recusou a concorrer para a reeleição após seu primeiro mandato como presidente do país e criou a fundação com o objetivo de continuar seu legado de outras formas.