VATICANO

“Renúncias não devem virar moda entre os Papas”, afirma Francisco

O Pontífice deu a declaração em reunião com padres jesuítas durante viagem à República Democrática do Congo.

“Renúncias não devem virar moda entre os papas”, afirma Francisco
Francisco afirmou que renúncias entre papas não devem virar ‘moda’ (Crédito: Getty Images)

Francisco afirmou que renúncias de papas não deveriam se tornar uma “moda” na Igreja Católica, que poderiam acontecer apenas em circunstâncias genuinamente excepcionais. Para Francisco, que também é chefe de Estado do Vaticano, Papas devem governar por toda a vida.

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Os comentários foram feitos em conversas privadas com colegas jesuítas durante a recente viagem à República Democrática do Congo e revelam uma modificação em relação a declarações anteriores, nas quais o Pontífice afirmou que uma expectativa de vida mais longa e melhorias médicas poderiam tornar os papas aposentados como uma instituição na Igreja.

O jornal La Stampa publicou os comentários nesta quinta-feira (16) em um artigo do padre Antonio Spadaro, clérigo jesuíta radicado em Roma que participa das reuniões e depois escreve sobre elas com a permissão do papa.

No dia 2 de fevereiro, em Kinshasa, capital do Congo, o Papa Francisco foi perguntado sobre relatos da mídia de que ele poderia renunciar. Ele repetiu um comentário feito pela primeira vez a um jornal espanhol em dezembro de que, vários meses após sua eleição em 2013, ele deu a um funcionário do Vaticano uma carta de renúncia para ser utilizada se um dia ele sofresse de uma condição médica grave que o deixasse permanentemente inconsciente e incapaz de tomar decisões.

“Isso não significa, no entanto, de forma alguma que a aposentadoria do papa deva se tornar, digamos, uma moda, uma coisa normal”, afirmou. O pontífice ainda acrescentou acreditar que “o ministério papal deve ser vitalício. Não vejo razão para que não seja assim. A tradição histórica é importante. Se, em vez disso, dermos ouvidos a fofocas, teremos que mudar o papa a cada seis meses”.

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Em 2013, o Papa Bento XVI, alegando saúde física e mental debilitadas, tornou-se o primeiro pontífice a renunciar em 600 anos. Ele viveu por quase 10 anos após a renúncia e, de acordo com os principais assessores, permaneceu lúcido até alguns dias antes de sua morte em 31 de dezembro passado.

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