Retirada de exército de Israel revela dezenas de corpos na região oeste de Gaza

Imagens mostraram equipes de resgate em Tal al-Hawa vasculhando edifícios destruídos e escalando placas de concreto caídas sobre velhos colchões

Pelo menos 50 palestinos foram encontrados mortos na sexta-feira (12) após a retirada das forças de Israel de várias áreas no centro e norte de Gaza, informaram as autoridades locais. A retirada deixou bairros inteiros destruídos e moradores abalados por uma série de ataques intensos.
Guerra já tem mais de nove meses – Getty Images

Pelo menos 50 palestinos foram encontrados mortos na sexta-feira (12) após a retirada das forças de Israel de várias áreas no centro e norte de Gaza, informaram as autoridades locais. A retirada deixou bairros inteiros destruídos e moradores abalados por uma série de ataques intensos.

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Equipes de emergência recuperaram de 50 a 60 corpos no bairro de Tal al-Hawa, no oeste da cidade de Gaza, segundo a Defesa Civil de Gaza. Muitos outros corpos estavam presos sob os escombros, conforme relatou o porta-voz Mahmoud Basal à CNN. No leste da cidade, o bombardeio israelense devastou infraestruturas vitais no bairro de Shujaya, afirmou Asem Al-Nabih, oficial de mídia da Prefeitura de Gaza.

Imagens mostraram equipes de resgate em Tal al-Hawa vasculhando edifícios destruídos e escalando placas de concreto caídas sobre velhos colchões. Membros de palestinos mortos podiam ser vistos sob os escombros, enquanto os trabalhadores tentavam resgatar os corpos.

“Há uma destruição sem precedentes da infraestrutura e das instalações vitais nas áreas de Shujaya e Tal al-Hawa”, disse Al-Nabih à CNN. “A prefeitura está tentando fornecer água aos cidadãos deslocados com grande dificuldade.”

O futuro em Gaza

Após mais de nove meses de combates, Gaza foi transformada em um deserto de escombros. A ofensiva militar israelense, em resposta aos ataques liderados pelo Hamas em 7 de outubro, gerou uma crise humanitária massiva, sobrecarregou o sistema de saúde e esgotou os suprimentos de alimentos e água. A ONU alertou sobre a fome generalizada na faixa de Gaza, e trabalhadores humanitários afirmam que as restrições israelenses impedem o apoio aos palestinos. Agências de direitos humanos reiteraram pedidos de cessar-fogo, enquanto as negociações entre Israel e Hamas enfrentam novos obstáculos.

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Israel lançou sua ofensiva em 7 de outubro após o Hamas, que governa Gaza, atacar o sul de Israel, resultando em pelo menos 1.200 mortos e mais de 250 sequestrados, segundo autoridades israelenses. Desde então, os ataques israelenses em Gaza mataram 38.345 palestinos e feriram outros 88.295, conforme dados do Ministério da Saúde local.

Os moradores de Tal al-Hawa observaram a paisagem desolada na sexta-feira, enquanto drones israelenses zumbiam no céu. Imagens mostraram blocos de vários andares cortados ao meio. Crianças sentaram-se ao sol com expressões desoladas. Em uma cena, as palavras “Gaza, prometo que reconstruiremos” estavam escritas na parede de um prédio danificado.

“Eu não sei que crime os civis cometeram para merecer isso”, disse Tareq Ghanem. “As pessoas estão morrendo nas ruas. Os corpos estão espalhados nas ruas por quatro a cinco dias, talvez uma semana, e nenhuma defesa civil pode evacuá-los. Onde está a lei internacional?”

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Umm Ihab Arafat contou que ela e sua família foram deslocadas pelo menos quatro vezes desde o início da guerra. “Queremos um cessar-fogo total”, disse ela. “Não queremos ser deslocados de um lugar para outro. O medo está nos olhos dos mais jovens.”

Um repórter da CNN na área informou que houve uma retirada parcial de várias localidades, incluindo Tal Al-Hawa, Al-Rimal e nas proximidades da sede da UNRWA na Rua Al-Sina’a. No sul, na cidade costeira de tendas de Al-Mawasi, duas pessoas foram mortas e cinco outras feridas por um ataque aéreo em um depósito de ajuda humanitária, segundo a Defesa Civil.

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