OPERAÇÕES INTERROMPIDAS

Tribunal israelense decide manter proibição à emissora Al Jazeera

A proibição deve seguir até o dia 8 de junho; Ministro das Comunicações quer estender banimento do jornal por mais 45 dias

A proibição deve seguir até o dia 8 de junho; Ministro das Comunicações quer estender banimento da Al Jazeera por mais 45 dias.
Tribunal israelense mantém proibição de jornal no país – Créditos: Getty Images

Nesta quarta-feira (5), o Tribunal Israelense manteve a proibição das operações do portal Al Jazeera no país. A ordem, imposta em 5 de maio, foi aprovada retroativamente até o dia 8 de junho. O governo alega que tem motivação de segurança nacional.

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No primeiro dia do encerramento das atividades do jornal, autoridades locais invadiram um quarto de hotel em Jerusalém que estava sendo utilizado como escritório pelos jornalistas. Ali, foi informado que a operação da Al Jazeera estaria proibida durante o conflito em Gaza, já que o portal estaria encorajando hostilidades contra Israel

O jornal afirma que as acusações são uma “mentira perigosa e ridícula” e que estaria colocando seus profissionais em risco. Já o ministro de Comunicações do país disse que pretende estender a proibição do portal por mais 45 dias.

Israel acusa Al Jazeera de envolvimento com o Hamas

Shai Yaniv, juiz do Tribunal Distrital de Tel Aviv, disse que recebeu provas de que a Al Jazeera teria um relacionamento próximo e longínquo com o grupo terrorista Hamas, que seria apoiada pelo Catar e estaria afetando as produções jornalísticas do veículo. As provas nunca foram mostradas ou especificadas.

A liberdade de expressão tem uma importância especial em tempos de guerra. No entanto, quando há danos significativos à segurança do Estado, esta última consideração vem em primeiro lugar”, escreveu em nota oficial.

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O jornal, por sua vez, disse que não “incitou violência ou terrorismo” e que a proibição era exagerada, segundo documentos do processo. Além disso, também esclareceu que tem fontes confidenciais palestinas e israelenses.

A Al Jazeera, que publicou diversas matérias de tom crítico ao posicionamento do governo de Israel, também acusou autoridades de matarem vários de seus jornalistas que estão cobrindo a guerra em Gaza. Já Israel disse que não tem como alvo jornalistas.

A base de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) e os Estados Unidos criticaram o banimento do jornal. Ainda, a organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch criticou nas redes sociais o banimento, inclusive dizendo que este seria um ato de repressão contra as vozes críticas que atuam contra o governo israelense. Confira:

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*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini

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