EUA tem a maior inflação dos últimos 30 anos

A taxa de inflação nos Estados Unidos disparou e fechou outubro em 6,2% no acumulado dos últimos 12 meses, índice mais alto registrado no país em 30 anos, segundo o órgão de estatísticas do governo norte-americano. Em comparação, no Brasil está em 10,25%.

EUA tem a maior inflação dos últimos 30 anos
A taxa de inflação nos Estados Unidos disparou e fechou outubro em 6,2% no acumulado dos últimos 12 meses, índice mais alto em 30 anos. (Créditos: Jorge Araújo Fotos Publicas)

A taxa de inflação nos Estados Unidos disparou e fechou outubro em 6,2% no acumulado dos últimos 12 meses, índice mais alto registrado no país em 30 anos, segundo o órgão de estatísticas do governo norte-americano. Em comparação, no Brasil está em 10,25%.

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Produtos como alimentos, combustíveis, veículos e habitação estão entre os principais vilões da escalada de preços na estável economia norte-americana.

O aumento da inflação vem preocupando os consumidores dos dois países, porque, à medida em que os preços disparam, o poder de compra diminui. No Brasil, alguns produtos subiram bem acima da média de outros, como carne, ovos e peixes, além dos constantes aumentos no preço da gasolina, que atingiu o seu pico nos últimos sete anos e, no momento, o litro está perto de R$ 8 em algumas cidades.

O aumento excessivo nos preços de determinados produtos vem acelerando à medida que a economia dos EUA se recupera dos efeitos da Covid-19. O consumo da população cresce, e as dificuldades continuam nas cadeias de abastecimento, que dificultam inclusive o setor produtivo em nível global.

Quando questionado, o presidente Joe Biden diz que reduzir o índice é uma de suas “principais prioridades”.

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Elijah Oliveros-Rosen, economista sênior da consultoria S&P Global Ratings, afirmou em entrevista à BBC News Mundo que o avanço inflacionário  “foi influenciado pelos preços dos produtos de energia”, assim como pelas dificuldades no andamento global de produtos, o alto custo de moradia e aumento das commodities.

“Os preços da energia devem continuar subindo nos próximos meses, mas, ao mesmo tempo, o impacto dos gargalos nas cadeias de abastecimento deve diminuir”, acrescentou.

A americana  Bessy Clarke sente na pele o preço da gasolina. “Em geral, toda semana ele vai ficando cada vez mais alto.” Normalmente, Clarke gastava US$ 23 (R$ 126) para completar o tanque, mas hoje não consegue fazer isso sem gastar menos do que US$ 30 (R$ 164), um aumento de 30%.

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“Estou pensando em como limitar meus deslocamentos”, comenta a garçonete de Nova Orleans, que também enfrenta a alta do preço da comida. 

“No restaurante onde trabalho, por exemplo, teremos de repassar o aumento no preço da carne para o consumidor. Não tem outra saída

No Brasil, a alta do preço da gasolina tem relação com a alta do dólar e a instabilidade política no País. Diante desse quadro, o preço médio do litro do combustível aumentou quase 40% nos últimos 12 meses, segundo dados oficiais do governo brasileiro. No mesmo período, o etanol subiu 65%.

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Outro fato que contribui para o aumento da inflação nos EUA é a falta de trabalhadores qualificados, o que obrigou empresas a reajustar salários em alguns setores da economia, custo que foi repassado para os produtos.

Além de aumentar o custo de vida dos cidadãos comuns e tornar as operações comerciais mais caras, a subida da inflação recorde pressiona o Banco Central americano (Fed) para aumentar as taxas de juros antes do previsto. 

“As taxas de juros conseguem conter um pouco essa piora (do cenário inflacionário), ao segurar a atividade econômica e os preços”, explicou o economista Silvio Campos Neto, da consultoria Tendências, à BBC News Brasil.

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Responsável pela política monetária da maior economia do mundo, o FED anunciou um aumento das taxas de juros (o custo do dinheiro) para o próximo ano, sem dar detalhes sobre índices.

“O aumento da inflação é preocupante, mas temos que ter calma, porque não é um indício de que veremos uma escalada permanente”, avaliou Hugo Osório, subgerente de estratégias de investimento da empresa Falcon Asset Manager, em entrevista à BBC News Brasil.

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