O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou ter sido traído pela deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) a interlocutores com quem mantém contato no Brasil. A informação foi divulgada pela jornalista e colunista da Folha de S. Paulo, Mônica Bergamo.
De acordo com Bergamo o ex-presidente teria dito que Zambelli fez algum tipo de acordo com Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), para que ele lhe concedesse o direito de retomar seus perfis nas redes sociais e a livrasse da ameaça de prisão por contestar o resultado das eleições presidenciais do ano passado.
No dia 06 de fevereiro foi divulgado que a parlamentar foi autorizada a retornar às redes sociais. Segundo a colunista, este teria sido o momento em que Bolsonaro teve certeza de que Zambelli e Moraes teriam firmado um compromisso.
Na decisão, o ministro afirmou que, conforme ela deixou de fazer publicações com conteúdos ilícitos, a liberação se tornou possível. Zambelli pôde então retornar aos seus perfil no Facebook, Twitter, Instagram, TikTok, Gettr, WhatsAp e Linkedin.
Bergamo apurou ainda que as pessoas próximas de Bolsonaro julgaram a reação exagerada, uma paranoia.
Resposta de Zambelli
A parlamentar voltou a falar sobre o assunto nesta quinta-feira (23). Ela deu uma entrevista também à Folha de S. Paulo, onde revelou ter entrado em contato com Moraes, e pouco tempo depois ter recebido de volta o direito de fazer postagens em suas redes sociais. Zambelli também disse que se colocou à disposição do ministro para novas conversas.
Ela fez questão de ressaltar que sua atitude agora não é mais de defesa do governo Bolsonaro, mas sim de ataque ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva e ao Partido dos Trabalhadores (PT). A deputada acredita que Moraes possa ser um alvo do novo governo que, segundo ela, pode tentar tirá-lo do cargo para indicar um nome da confiança dos petistas.
Zambelli defendeu o STF e disse que “não é hora de bater no STF, não é hora de fazer manifestação” porque “a gente está em outro patamar”.